Um ataque hacker desviou cerca de R$ 800 milhões após ataque à C&M Software, que conecta sistemas de empresas ao Pix.
Diversas instituições financeiras menores ficaram temporariamente sem acesso ao sistema.
Banco Central e Polícia Federal investigam o caso.
O Banco Central (BC) e a Polícia Federal (PF) investigam um ataque cibernético que comprometeu as operações de Pix em instituições financeiras atendidas pela empresa C&M Software.
O ataque resultou no desvio de aproximadamente R$ 800 milhões. Por isso, já é o maior incidente de segurança envolvendo o sistema do BC.
O episódio deixou 22 bancos, cooperativas e instituições de pagamento sem acesso ao Pix temporariamente. Afinal, essas empresas dependem da C&M para acessar a infraestrutura de pagamentos do BC.
No entanto, o ataque não teria afetado valores administrados diretamente pelo BC, segundo o próprio órgão.
Ataque afetou instituições sem acesso direto ao Pix
O BC divulgou uma nota para esclarecer o caso:
A C&M Software, prestadora de serviços de tecnologia para instituições provedoras de contas transacionais que não possuem meios de conexão própria, comunicou ataque à sua infraestrutura tecnológica. O Banco Central determinou à C&M o desligamento do acesso das instituições às infraestruturas por ela operadas.
Em seguida, com a interrupção da conexão, essas instituições ficaram temporariamente sem operar via Pix. Portanto, elas terão de contratar outros fornecedores para restabelecer o acesso ao sistema do BC.
Por outro lado, o Pix continua funcionando normalmente para instituições com conexão direta. O Banco Central informou que o ataque não afetou o sistema do Pix diretamente.
O caso ocorre em um momento de expansão de sistemas alternativos, com o lançamento de novas criptomoedas e o aumento da adoção de ativos digitais.
Pedro Diógenes, diretor técnico da CLM para a América Latina, classificou o caso como ‘um ataque muito sofisticado’.
Segundo ele, a C&M converte ordens de pagamento em linguagem compatível com o Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB). Existem outras empresas que cumprem o mesmo papel.
No entanto, falhas na segurança da C&M podem ter contribuído para o sucesso da ação criminosa. Além disso, pode ter havido controles insuficientes por parte das empresas.
Houve desvios em contas reserva, usadas por bancos para liquidar operações diretamente com o BC. A BMP, uma das instituições afetadas, informou que os clientes não foram prejudicados. Mas os hackers teriam desviado recursos do banco.
Por outro lado, o Banco Paulista confirmou que houve interrupção do Pix por causa de ‘uma falha no provedor terceirizado’. A instituição afirmou que está colaborando com o BC para normalizar os serviços. Também destacou que não houve vazamentos de dados:
A falha foi externa, não comprometeu dados sensíveis nem gerou movimentações indevidas.
No entanto, até que todas as instituições encontrem soluções alternativas, o restabelecimento completo ainda deve demorar.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.
We use cookies to ensure that we give you the best experience on our website. If you continue to use this site we will assume that you are happy with it.Ok