Mais de US$ 2,1 bilhões foram roubados em 75 hacks no setor cripto em 2025.
Só a Bybit perdeu US$ 1,5 bilhão, o que representa 70% do total.
Segundo a TRM Labs, 80% das perdas estão ligadas a brechas em infraestrutura.
A TRM Labs revelou que os hacks e golpes no setor cripto passaram de US$ 2,1 bilhões no primeiro semestre de 2025. Ao todo, houve ao menos 75 incidentes com fraudadores e hackers nesse período.
Aliás, o maior de todos aconteceu em 21 de fevereiro, quando a Bybit sofreu um ataque que causou perdas de US$ 1,5 bilhão. O valor equivale a cerca de 70% do total e estabelece um novo recorde para os primeiros seis meses do ano.
Hackers adotam táticas cada vez mais sofisticadas
De acordo com o relatório da TRM Labs, os ataques estão ficando mais frequentes e avançados no universo cripto. Isso ocorre à medida que surgem cada vez mais criptomoedas promissoras no mercado.
Por exemplo, só em abril, a PeckShield identificou 18 grandes ataques, com perdas que somaram US$ 357,11 milhões. Nesse cenário, os investidores acabam sendo os maiores prejudicados.
Além disso, os ataques de hackers estão cada vez mais sofisticados. No caso da Bybit, o CEO da empresa, Ben Zhou, explicou que os hackers usaram uma técnica de transação camuflada.
Os criminosos criaram uma interface falsa, que imitava o gerenciador de carteiras Safe. Com endereços e URLs idênticos aos originais, enganaram a equipe de segurança da corretora. Então, as transações foram aprovadas sem levantar suspeitas, permitindo que os criminosos acessassem uma carteira offline.
Também em maio, outro incidente ganhou destaque. Um hacker invadiu a conta oficial da TRON DAO no X e publicou um contrato malicioso. Em seguida, enviou mensagens privadas e começou a seguir outros perfis. O ataque foi rastreado até uma conta comprometida de um integrante da equipe da TRON DAO.
Caso Bybit já tem 27,5% dos ativos considerados perdidos
O roubo de US$ 1,5 bilhão da Bybit teria ligação com o grupo Lazarus. Por sua vez, o Lazarus tem vínculos com o governo da Coreia do Norte. O FBI confirmou a informação.
Zhou declarou uma espécie de guerra contra o grupo após o ataque. No entanto, até o momento, os criminosos levaram a melhor, tendo usado mixers de criptomoedas para lavar os ativos.
Segundo uma análise da emberCN, os hackers levaram apenas 10 dias para transferir 499.000 ETH para diferentes blockchains.
Por outro lado, Zhou informou que ainda é possível rastrear 68,5% dos fundos, cerca de US$ 960 milhões. No entanto, 27,5% dos ativos, que valem mais de US$386 milhões, já estão perdidos.
Segundo a TRM Labs, 80% das perdas em 2025 tiveram origem em falhas de infraestrutura.
Brasileiro perdeu R$ 40 mil em falsa plataforma de criptomoedas
Um caso recente demonstra que nem todos os golpes se baseiam no ataque de hackers. Afinal, muitas vezes, práticas de engenharia social são suficientes para drenar criptomoedas de usuários.
Um morador do Rio Grande do Norte teria perdido R$ 40 mil ao fazer um investimento em uma plataforma falsa de criptoativos. O golpe envolveu uma empresa de mentira com o nome de AI Bot, que criava carteiras DeFi fraudulentas e solicitava depósitos com a promessa de negociações automáticas.
A vítima brasileira entrou com um processo contra o Facebook e o Telegram para tentar identificar os golpistas. Afinal, o contato teria se iniciado nessas redes sociais. A Justiça decidiu que ambas as empresas deverão fornecer as informações solicitadas. No entanto, elas têm 15 dias para contestar a decisão após a citação.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.
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