Polícia espanhola desarticula golpe de criptomoedas de R$ 2,9 bi

Golpe de criptomoedas levou a prisões em Madri e nas Ilhas Canárias.

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Marta Stephens Editor Marta Stephens Atualizado em 3 mins read
Polícia espanhola desarticula golpe de criptomoedas de R$ 2,9 bi

Resumo da notícia:

  • Esquema de fraude com criptomoedas atingiu mais de 5 mil vítimas de diversos países.
  • Operação internacional resultou na prisão de cinco suspeitos na Espanha.
  • A Europol alerta para um crescimento acelerado de fraudes digitais na União Europeia.

A polícia espanhola prendeu cinco pessoas envolvidas em um golpe de criptomoedas de alcance internacional. A rede criminosa teria lavado aproximadamente US$ 540 milhões, o que corresponde a cerca de R$ 2,9 bilhões.

O valor foi obtido por meio de operações fraudulentas que afetaram mais de 5 mil vítimas em diversos países. Por isso, a investigação contou com a colaboração das autoridades da Estônia, França e Estados Unidos.

Golpe de criptomoedas levou a prisões em Madri e nas Ilhas Canárias

A polícia da Espanha capturou três suspeitos nas Ilhas Canárias e outros dois em Madri.

A Europol afirma ter enviado um especialista em criptoativos à Espanha para auxiliar nas batidas policiais. Isso teria sido crucial para o sucesso da operação, que ainda está em andamento.

Os líderes da fraude usaram cúmplices em diversos países para movimentar os valores. Por exemplo, o dinheiro circulava por meio de saques em espécie, transferências bancárias e transações com carteiras de criptomoedas.

No entanto, não está claro se os criminosos usaram tokens mais tradicionais, como o Bitcoin (BTC) ou novas criptomoedas.

Também havia uma rede em Hong Kong para operar contas laranjas e esconder a origem dos fundos ilícitos.

IA impulsiona fraudes mais sofisticadas

A Europol classificou crimes desse tipo como uma ‘epidemia’ digital, com potencial de superar outras formas de atividade criminosa organizada.

Além disso, segundo a agência, a inteligência artificial (IA) turbina a atividade criminosa. Ela facilita tanto a engenharia social quanto o acesso indevido a dados sensíveis em um golpe de criptomoedas.

Recentemente, um relatório apontou que US$ 2,1 bi foram roubados por hackers cripto em 2025.

Também houve um crescimento no uso de criptoativos em crimes tradicionais, como tráfico de drogas e contrabando de migrantes. Afinal, segundo um relatório da Europol, as plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) e os ativos digitais funcionam como uma ‘capa digital’ para disfarçar operações de lavagem de dinheiro.

Investidores seguem como principais alvos

Os indivíduos ainda são os alvos mais frequentes de crimes do gênero. No entanto, empresas também vêm se tornando vítimas ocasionais desses golpes. 

Segundo o relatório da agência europeia, as criptomoedas continuam sendo o principal produto usado em fraudes de investimento na UE.

As autoridades alertam que a sofisticação e o alcance dessas redes exigem respostas mais rápidas e integradas entre os países.

Crime organizado também usa criptomoedas no Brasil

Organizações criminosas também utilizam criptomoedas para lavar dinheiro no Brasil, como indicam diversos relatos recentes.

Por exemplo, o Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria adotando essa estratégia. A informação é do promotor Lincoln Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

Segundo informações do órgão ligado ao Ministério Público de São Paulo, a facção também utiliza fintechs e fundos de investimento.

Também existe a suspeita de que o PCC usou Bitcoin para pagar os criminosos que executaram o delator Vinícius Gritzbach. O caso teve ampla cobertura da mídia, uma vez que ocorreu no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.