Nova Zelândia proibirá caixas eletrônicos de criptomoedas

As medidas fazem parte de um pacote para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento de atividades ilícitas.

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Marta Stephens Editor Marta Stephens Atualizado em 3 mins read
Nova Zelândia proibirá caixas eletrônicos de criptomoedas

Resumo da notícia:

  • Ministra da Nova Zelândia anunciou a proibição de caixas eletrônicos de criptoativos no país.
  • Haverá também um limite de US$ 5 mil sobre transferências internacionais cripto.
  • As medidas visam combater práticas de lavagem de dinheiro e golpes usando criptomoedas.

A Nova Zelândia anunciou na quarta-feira (10/07) que encerrará as operações de caixas eletrônicos de criptomoedas. Além disso, o país estabelecerá um limite de US$ 5 mil por operação para transferências internacionais.

As medidas fazem parte de um pacote para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento de atividades ilícitas.

Além disso, o governo pretende fortalecer os poderes de atuação da polícia e das agências reguladoras. Também haverá a criação de um imposto para financiar as ações do regime de controle financeiro.

Criminosos usavam caixas eletrônicos de criptomoedas para enviar dinheiro ao exterior

Atualmente, o país conta com 221 caixas eletrônicos de criptomoedas. Eles não se limitam a oferecer transações em Bitcoin (BTC). Também estão disponíveis muitas das melhores altcoins. Dependendo do equipamento, os usuários encontram moedas como Dash (DASH), Dogecoin (DOGE) e diversas outras.

No entanto, segundo Janine Grainger, cofundadora da Easy Crypto, a proibição reflete um amadurecimento do setor, e não um retrocesso:

Estamos ansiosos para ver a adoção das criptomoedas, mas queremos apoiar esse crescimento de forma segura.

Ao detalhar as medidas, a ministra Nicole McKee, do Tribunal de Justiça da Nova Zelândia, defendeu a necessidade de equilíbrio. Segundo ela, a repressão ao crime não deve impor ‘burocracia desnecessária’ às empresas legítimas:

Queremos que a Nova Zelândia seja um dos lugares do mundo mais fáceis para se fazer negócios legítimos e um dos mais difíceis para os criminosos se esconderem.

As atividades ilícitas com criptomoedas se tornaram frequentes com o passar dos anos. Recentemente, a polícia da Espanha desarticulou um golpe no valor de R$ 2,9 bilhões.

Segundo um relatório do Ministerial Advisory Group on Transnational, Serious and Organised Crime, um grupo consultivo do governo local, criminosos vinham usando caixas eletrônicos de criptomoedas para enviar ativos digitais ao exterior.

Aliás, eles conseguiam fazer isso em poucos minutos. Em seguida, usavam os fundos para o financiamento do tráfico de drogas e pagamentos de fraudes.

Setor reage com cautela, mas vê evolução

A repressão não pegou o mercado de surpresa. Também segundo Grainger, o uso desses caixas eletrônicos já vinha caindo diante da preferência por plataformas reguladas. Afinal, elas oferecem taxas mais baixas e processos de verificação. Além disso, ela destacou que a proibição afetará principalmente ‘usuários de alto risco’.

Arjun Vijay, da Giottus, concorda. Ele aponta que, sem controles adequados, os caixas eletrônicos acabaram atraindo atividades ilícitas:

A alta taxa de conversão e a ausência de salvaguardas tornaram inevitável esse tipo de proibição.

Portanto, a Nova Zelândia se junta a outras jurisdições que vêm restringindo o uso desses dispositivos.

Por exemplo, nos EUA, a cidade de Spokane, em Washington, aprovou uma proibição total de caixas eletrônicos de criptomoedas. Isso ocorreu após o FBI vincular os equipamentos a perdas de US$ 5,6 bilhões com fraudes em 2024.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.