Taxa Selic a 15%: entenda os efeitos do novo aumento dos juros
O Banco Central (BC) elevou a taxa Selic para 15% nesta quarta-feira (18/6). Esse foi o sétimo aumento seguido, fazendo a taxa básica de juros atingir seu maior patamar desde julho de 2006.
O Banco Central aumentou para 15% a taxa Selic, que alcançou seu maior patamar desde 2006.
O Copom citou o cenário externo adverso e a inflação ainda elevada no Brasil como justificativas para a nova elevação da Selic.
Juro alto deve impor ainda mais dificuldades para quem deseja obter crédito.
O Banco Central (BC) elevou a taxa Selic para 15% nesta quarta-feira (18/06). Esse foi o sétimo aumento seguido, fazendo a taxa básica de juros atingir seu maior patamar desde julho de 2006.
Com isso, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) espera frear a inflação no Brasil. No entanto, a alta dos juros também tem efeitos importantes sobre o mercado de crédito, o consumo e os investimentos.
Taxa Selic a 15% reflete ambiente externo e inflação
A alta de 0,25 ponto percentual na Taxa Selic reforça a estratégia do BC para controlar a inflação.
O Copom indicou que fatores externos pesaram na decisão. Afinal, de acordo com a ata da reunião:
O ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto.
Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de acirramento da tensão geopolítica.
O Banco Central também vê riscos internos no radar, como pressões fiscais e expectativas de inflação desancoradas. A inflação no país segue fora da meta, que é de 3% ao ano. Por isso, o comitê entende que o ambiente ainda exige cautela.
Por outro lado, o comitê indicou que pode manter a taxa de juros na próxima reunião.
Decisão unânime contrariou expectativas
O aumento da Taxa Selic surpreendeu boa parte do mercado. Afinal, havia a expectativa de que o Copom mantivesse o nível anterior, de 14,75%.
De 32 instituições que a agência Bloomberg havia consultado, apenas 12 apostavam em uma alta de 0,25 ponto percentual.
Além disso, o aumento da Selic ocorreu no mesmo dia em que o Federal Reserve (o banco central dos EUA) resolveu não mexer nos juros do país, entre 4,25% e 4,5%.
No entanto, a decisão foi unânime. Portanto, Gabriel Galípolo, presidente do BC, votou a favor. Ele foi acompanhado de todos os diretores na reunião, incluindo Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Vivan, Izabela Correa, Nilton David,Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
Juro mais alto tem impacto no crédito e nas famílias
Especialistas apontam que o aumento da Selic deve afetar diretamente o custo do crédito. Afinal, empréstimos, financiamentos e dívidas rotativas de cartão devem encarecer ainda mais, pressionando o orçamento das famílias e das empresas.
Portanto, essa alta pode comprometer a retomada de setores sensíveis ao crédito, como o imobiliário e o varejo. No entanto, o BC aposta que esse aperto monetário trará efeitos positivos no médio prazo, com a inflação convergindo para a meta.
Agora, o mercado acompanha as sinalizações para os próximos meses. A expectativa é que o ciclo de alta esteja próximo do fim. Mas a continuidade dependerá de dados futuros.
O próximo encontro do Copom, que deve ocorrer em agosto, será decisivo para indicar a direção da taxa básica no segundo semestre.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.
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