Após atingir status de unicórnio, RedotPay reforça expansão no Brasil
Com mais de 5 milhões de usuários globais e liderança em cartões cripto, a fintech reforça sua expansão no Brasil com um time local e foco em stablecoins.
RedotPay recebeu US$ 47 milhões e se tornou unicórnio, com avaliação de mais de US$ 1 bilhão.
A empresa já atende 5 milhões de usuários e é líder em volume de cartões cripto.
Roadmap no Brasil inclui time local, suporte dedicado e novos produtos.
País foi escolhido por adoção acelerada de tecnologia e alta demanda por dolarização.
Stablecoins são destaque da estratégia, com uso crescente no dia a dia.
A RedotPay, fintech global de pagamentos cripto, acaba de se tornar o mais novo unicórnio do setor após receber um investimento estratégico de US$ 47 milhões, segundo anúncio publicado nesta semana.
Com a nova rodada, a empresa atingiu uma avaliação de mercado superior a US$ 1 bilhão. A notícia repercutiu fortemente no mercado, já que a RedotPay é considerada pioneira na integração entre stablecoins e meios de pagamento tradicionais, especialmente com cartões vinculados a contas digitais em dólar e em criptoativos.
A empresa afirma já atender mais de 5 milhões de usuários globais. Também diz ser o player número um em volume e transações no segmento de cartões cripto, evidenciando a tração de seu modelo de negócio.
RedotPay investe no mercado brasileiro
No Brasil, a entrada da RedotPay deve assumir contornos ainda mais estratégicos. O país, historicamente um dos maiores mercados para soluções financeiras digitais e com alto índice de adoção das melhores criptomoedas, passará a receber maior atenção com a formação de um time local dedicado.
Em entrevista, João Victor Mendes, Country Manager da RedotPay no Brasil, destacou que o objetivo é oferecer atendimento mais próximo. Além disso, deve contar com um suporte adaptado à realidade brasileira e produtos alinhados às necessidades locais.
Segundo Mendes:
Ao estabelecer a operação aqui com um time local, nosso objetivo é atender os clientes e parceiros locais com atenção dedicada. Desde processos relacionados ao suporte ao cliente, até oportunidades de novos produtos que podem melhorar a experiência. Nesse caminho, temos trabalhado ativamente com diversos parceiros para trazer soluções que ajudem os usuários brasileiros a utilizar cripto de maneira cada vez mais amigável, fácil e segura.
A escolha pelo Brasil como ponto de ancoragem regional não se dá por acaso. O executivo destaca que, antes mesmo de formalizar a presença com uma equipe própria, o país já figurava entre as maiores bases de usuários da RedotPay:
O Brasil é naturalmente um grande mercado em termos de população e clientes. Muitas vezes passa despercebido, mas o brasileiro adota novas tecnologias de maneira acelerada, e isso passa pela fintechzação. No cenário da RedotPay, tocamos em um mercado ainda muito carente que trata de dolarização. Como em toda a América Latina, o dólar sempre foi sinônimo de segurança e a demanda sempre [foi] crescente.
Por fim, Mendes completa:
Agora, com a crescente adoção das stablecoins, existe um mercado ainda maior, já que a facilidade de transacionar stablecoins no dia a dia com soluções como a RedotPay aumenta muito o interesse por parte do usuário.
Contexto regulatório é estratégico
O aporte de US$ 47 milhões marca uma virada de página para a companhia. A entrada de capital ocorre em um momento de maior maturidade regulatória global. Países como os Estados Unidos e o Brasil avançam em regras para exchanges, emissores de stablecoins e carteiras digitais, criando oportunidades na indústria.
Para a RedotPay, que já opera em múltiplas jurisdições, a injeção de recursos será fundamental para acelerar as integrações locais. Além disso, a empresa visa ampliar parcerias com redes bancárias e consolidar-se como solução de referência para pagamentos cripto.
A valorização até o patamar de unicórnio reflete a demanda crescente por alternativas de dolarização via stablecoins em mercados emergentes. Em países como Brasil, Argentina e Turquia, o uso de stablecoins como USDT e USDC vem crescendo como forma de proteção contra a volatilidade cambial e a inflação local.
Ao oferecer cartões e infraestrutura que permitem o gasto direto dessas moedas em estabelecimentos do dia a dia, a RedotPay ocupa um espaço ainda pouco explorado pela concorrência.
A conquista do status de unicórnio também dá mais credibilidade à empresa em um momento em que investidores buscam players sólidos em meio a um setor ainda marcado por riscos e volatilidade.
Grandes fundos têm apostado em fintechs cripto com foco em soluções práticas e reguladas. A RedotPay se encaixa nesse perfil por unir escalabilidade, compliance e uma base de usuários já consolidada.
Expectativas para a RedotPay no Brasil
Em relação às metas de crescimento, Mendes prefere não divulgar números específicos para o Brasil. Contudo, ele confirma que a companhia já tem mais de 5 milhões de usuários no total.
Não publicamos o número de usuários por região, mas, no total, a RedotPay já atende mais de 5 milhões de usuários e é o player número um do mundo em volume e transações no produto de cartão cripto.
A presença da RedotPay no Brasil também deve gerar impacto competitivo. Empresas como Binance, Mercado Pago e startups locais que oferecem cartões vinculados a criptomoedas terão de lidar com um novo player de peso. Além disso, ele está capitalizado e disposto a conquistar espaço em segmentos-chave.
Do ponto de vista regulatório, a operação no Brasil deve se alinhar à Lei das Criptomoedas (Lei nº 14.478/2022), que trouxe diretrizes para prestadores de serviços de ativos virtuais. Isso inclui regras de autorização, supervisão e medidas de prevenção à lavagem de dinheiro.
Ao adotar desde o início práticas de compliance e governança, a empresa pode conquistar a confiança dos usuários. Também deve atrair instituições financeiras locais. A regulação para as provedoras de serviços com ativos digitais (VASPs) está prevista para sair até o final deste ano, e quem já atua no setor pode ter vantagem estratégica.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Leonardo Cavalcanti é jornalista especializado em criptomoedas, blockchain e finanças digitais. Além de tocar projetos próprios como o podcast BlockHistory. Também trabalha em desenvolvimento de negócios no ecossistema cripto como parceiro comercial Azify, com foco em parcerias estratégicas, tokenização e soluções de infraestrutura financeira.
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