O mercado de criptomoedas opera em alta na tarde desta quarta-feira (16/7).
Tarifas e regulação dominam notícias cripto no Brasil e nos EUA
Enquanto os investidores pesquisam as melhores criptomoedas para investir, a economia não para. No Brasil, a bolsa de valores opera em baixa e o dólar em alta, em meio à crise tarifária disparada por Donald Trump. Todos os olhos estão sobre a reação que o governo Lula à pressão dos americanos. Afinal, a taxação de 50% que os EUA prometeram impor sobre importações de produtos brasileiros a partir do dia 1º de agosto pode ter impactos severos sobre diversos setores. Além disso, as ameaças de Trump incluem outros países, com repercussões difíceis de mensurar. No entanto, os investidores de criptomoedas também acompanham as discussões em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em particular, o mercado avalia os efeitos da taxação sobre criptomoedas, que surgiu como forma de compensar a derrubada do aumento do IOF pelas mãos do Congresso. Por outro lado, nos EUA, o foco do mercado está na ‘Crypto Week’. Afinal, há uma série de projetos em discussão no congresso americano, com potencial para impulsionar os negócios — e o preço de muitos criptoativos. Por isso, os brasileiros também acompanham de perto as notícias cripto que vêm do norte.Semana Cripto avança no congresso dos EUA após reviravolta liderada por Trump
A 'Semana Cripto' da Câmara dos Deputados dos EUA voltou a avançar nesta quarta-feira (16/7). Uma votação apertada (215 a 211) levou à aprovação da análise de três projetos de lei ligados a criptoativos.
A reviravolta ocorreu após Donald Trump convencer um grupo de republicanos de direita a mudar seus votos. Isso inclui a deputada Marjorie Taylor Greene, que inicialmente se opôs ao GENIUS Act, temendo que a lei permitisse a criação de uma moeda digital estatal (CBDC).
A aprovação abre caminho para votações finais do GENIUS Act, que regula stablecoins. Também estão na mesa, agora, o CLARITY Act, que estabelece regras para outros criptoativos, e o projeto que proíbe a criação de uma CBDC nos EUA.
Apesar das tensões internas no partido, a vitória foi comemorada por líderes do setor cripto, que saudaram Trump pelo sucesso na votação.
Renan Calheiros vai presidir comissão que avaliará taxação de criptomoedas
Na terça-feira (15/7), o Congresso Federal instalou a Comissão Mista que analisará a Medida Provisória 1.303/2025, que aumenta tributos sobre aplicações financeiras, incluindo criptomoedas.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) presidirá o colegiado, e o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) será o relator.
A MP fixa alíquota de 17,5% para lucros com investimentos, revogando isenções anteriores. Com isso, afetará diretamente os investidores de menor porte em criptoativos.
Além disso, a medida prevê tributação de 5% sobre outras aplicações antes isentas, como LCI, LCA e debêntures incentivadas, assim como o aumento da CSLL para fintechs e bancos.
Originalmente, houve oposição à nova taxação sobre criptomoedas. No entanto, ainda é incerta a direção que as discussões irão tomar em meio a uma disputa mais ampla entre o Executivo e o Legislativo sobre o IOF.
A comissão agendou quatro audiências públicas para agosto, e a votação está prevista para 26 de agosto. A MP precisa ser aprovada até 9 de outubro para não perder a validade.
Bolsa e dólar operam quase estáveis após resposta do governo brasileiro aos EUA
Depois de o Brasil responder ao governo americano a respeito da tarifa de importação de 50%, o Ibovespa inverteu o sinal e passou a operar em leve alta, a 0,17%.
O dólar também está em alta, mas quase neutro, a 0,07%. Portanto, tudo indica que o mercado segue cauteloso em relação a uma possível negociação tarifária com Donald Trump.
Morde e assopra: Brasil responde a ameaça de Trump com 'indignação' e pedido de negociação
Em carta enviada para o governo americano nesta quarta-feira (16/7), manifestou ‘indignação’ em relação à tarifa de 50% anunciada por Trump sobre importações brasileiras.
Além disso, o Brasil disse no documento agir de ‘boa-fé’, afirmando que, em diversas ocasiões, pediu aos EUA que identificassem áreas específicas de preocupação em relação ao comércio entre os dois países.
A carta ainda cita uma proposta feita para os americanos há dois meses, no dia 16 de maio, que teria ficado sem resposta. Além disso, reafirma o desejo do governo brasileiro de seguir a negociação.
O texto tem as assinaturas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e do Itamaraty.
Segundo a carta:
'O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral.'
Bitcoin volta a se aproximar dos US$ 120 mil; ETH atinge novamente os US$ 3 mil
O Bitcoin (BTC) sobe 2% nesta quarta-feira (16/7) e volta a flertar com a marca de US$ 120 mil, cotado a US$ 119.241 — cerca de R$ 663 mil.
Com isso, a principal criptomoeda do mercado está apenas 3% abaixo de sua máxima histórica de US$ 122,8 mil, após recuar com investidores realizando lucros.
Analistas da QCP Capital mantêm uma visão otimista sobre a moeda. No entanto, acreditam que uma correção até US$ 110 mil pode fortalecer a tendência de alta.
Já o Ethereum (ETH) se destaca como o ativo com melhor desempenho entre as dez maiores criptomoedas, impulsionado por iniciativas como a diversificação do tesouro da SharpLink.
O ETH sobe 6,2% no dia, negociado a US$ 3.156, com ganhos semanais de 20,9%, enquanto o BTC acumula alta de 9% no mesmo período.