Drex: projeto do ‘real digital’ perdeu força, dizem especialistas

Updated on Set 11, 2025 at 1:35 am UTC by · 3 mins read

O Drex, moeda digital do Banco Central (BC), foi tema central no Ethereum Brasil, realizado nesta quarta-feira (10/9) em São Paulo.

O Drex, moeda digital do Banco Central (BC), foi tema central no Ethereum Brasil, realizado nesta quarta-feira (10/9) em São Paulo.

Especialistas apontaram que o projeto perdeu força nos últimos meses, principalmente por ainda não ter resolvido o problema da privacidade das transações.

Privacidade é o principal obstáculo

Segundo Fernando Fontes, da Truther:

É triste que o projeto não foi muito para frente. Porque eles deixaram por último a barreira mais importante, de privacidade, e agora precisou mudar.

Além disso, ele destacou que até mesmo blockchains consolidadas, como Ethereum, ainda lidam com dilemas nesse ponto. Afinal, o caráter pseudônimo pode entrar em conflito com legislações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Marcos Viriato, CEO da Parfin, ampliou a crítica ao Drex:

A questão do Drex foi além da privacidade, você consegue não mostrar saldos… A escalabilidade foi um problema. Nenhuma blockchain entrega a mesma quantidade de operações do Pix hoje.

No entanto, ele acredita que o próximo movimento do setor será justamente resolver a questão da privacidade. Aliás, hoje, a identificação de uma carteira já permite monitorar todas as transações de um usuário.

Integração com o sistema financeiro tradicional

Por outro lado, há otimismo quanto ao potencial do Brasil em liderar a integração entre criptomoedas promissoras e finanças tradicionais.

Fontes lembrou que a infraestrutura do Pix dá ao país uma vantagem única:

Hoje fizemos uma revolução onde a pessoa pode deixar sua cripto em autocustódia e fazer um Pix usando esses ativos.

Também citou que a Truther já oferece cartão de crédito autocustodiado e contas dolarizadas em USDT, utilizáveis no Brasil e no exterior.

Aliás, essa integração começa a se refletir em casos práticos. Dênis Martineli, diretor da Telium, anunciou que a empresa terá ‘um camarote no Morumbis que irá aceitar criptomoedas’.

Afinal, segundo ele, as criptomoedas só vencerão quando romperem a barreira do uso cotidiano, permitindo que o consumidor pague todo o seu dia a dia com ativos digitais.

Tokenização e stablecoins ganham espaço

Também houve destaque para a tokenização de ativos reais (RWA), que enfrenta resistência de setores tradicionais, como cartórios. Segundo declaração de Fontes durante a Ethereum Brasil.

O que a gente propõe é bom para o usuário, mas quem tem o controle hoje não quer que mude.

Além disso, Viriato ressaltou que o interesse por stablecoins tende a acelerar esse movimento:

Vão surgir diversas stablecoins em real, já existem algumas, mas devemos ver até bancos criando suas stablecoins.

Por fim, o consenso entre os participantes foi de que a integração entre criptos e o sistema de pagamentos brasileiro é inevitável. Portanto, nesse cenário, o Drex pode recuperar sua relevância caso consiga superar os desafios técnicos e priorizar a privacidade.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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