ETFs de Bitcoin registraram saídas líquidas de US$ 536 milhões na quinta-feira (16/10), o pior resultado desde agosto.
Fundos de Ethereum à vista também têm fluxo negativo de US$ 56,9 milhões.
Analistas apontam cautela dos investidores e influência de tensões geopolíticas e políticas monetárias.
O mercado de criptomoedas enfrenta nova pressão após a saída líquida de US$ 536,4 milhões dos ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos. O dado, registrado na quinta-feira (16/10), representa o pior desempenho desde 1º de agosto, segundo a plataforma SoSoValue.
Além disso, oito dos 12 fundos negociados tiveram fluxos negativos, liderados pelo ARKB, da Ark & 21Shares, que perdeu US$ 275,15 milhões.
O FBTC, da Fidelity, ficou em segundo lugar, com saídas de US$ 132 milhões. Em seguida, vêm os fundos administrados pela BlackRock, Grayscale, Bitwise, VanEck e Valkyrie.
Aliás, os ETFs de Ethereum não escaparam dessa tendência. Afinal, registraram saídas líquidas de US$ 56,9 milhões, revertendo ganhos recentes.
Cautela dos investidores pressiona os ETFs de Bitcoin
Nick Ruck, diretor da LVRG Research, abordou a situação dos ETFs de Bitcoin para o site The Block. Segundo ele:
As saídas líquidas de US$ 536 milhões refletem um forte aumento na aversão ao risco dos investidores.
Ele afirma que o cenário se destaca por pressões macroeconômicas e por um movimento de desalavancagem que provocou liquidações significativas em ativos digitais, incluindo o Bitcoin e as melhores altcoins.
O recuo começou na sexta-feira passada (10/10), após um crash que eliminou cerca de US$ 19 bilhões do valor de mercado das criptomoedas.
O episódio coincidiu com o aumento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, após declarações do presidente Donald Trump de que os americanos iriam impor novas taxas sobre importações chinesas.
Analistas veem pressão, mas mantêm otimismo
Também há sinais de que o mercado enfrenta um período de transição, afetando os ETFs de Bitcoin. Justin d’Anethan, chefe de pesquisa da Arctic Digital, disse que ‘o mercado quer se estabilizar’. No entanto, segundo ele, ainda há incerteza geopolítica e uma política monetária restritiva.
No entanto, ele acredita que o cenário pode melhorar gradualmente:
A inflação está se atenuando, e os bancos centrais estão se aproximando de um ponto de inflexão.
Por fim, d’Anethan alerta que a volatilidade continuará alta até que novos dados econômicos e avanços diplomáticos tragam mais confiança e reflitam em notícias positivas após os últimos dados da SoSoValue.
Nesta sexta-feira (17/10), o Bitcoin voltou a operar abaixo de US$ 105 mil, segundo o CoinMarketCap. Além disso, Ethereum, BNB e Solana chegaram a recuar até 10% no pior momento do dia.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.
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