A HOUS3 se apresenta como a primeira empresa brasileira a operar no modelo Tech-as-a-Service (TaaS) voltado para IA e Web3.
Faturamento em 2025 chega a R$ 3,5 milhões, com meta de R$ 12 milhões para 2026.
Squads multidisciplinares oferecem entregas semanais via metodologia exclusiva HOUS3 TRACK™️.
Contratos flexíveis permitem cancelamento a partir do segundo mês, com foco em ROI e previsibilidade.
Empresa tem atuação em pelo menos seis países, com 30 profissionais e nove clientes ativos.
A adoção de tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA) e blockchain, está acelerando no Brasil. Por exemplo, segundo a Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec/IBGE), o número de empresas que usam IA cresceu 163% entre 2022 e 2024, refletindo um novo ciclo de digitalização e automação corporativa.
Nesse cenário de maturação, uma nova geração de companhias tech tem se posicionado como parceira estratégica das empresas que buscam escalar inovação com segurança e velocidade. A HOUS3 é um dos exemplos mais expressivos dessa transição.
Fundada em agosto de 2024, a HOUS3 se tornou a primeira empresa brasileira a operar no modelo Tech-as-a-Service (TaaS), oferecendo squads multidisciplinares sob demanda para construir produtos digitais com IA, blockchain e arquitetura escalável.
Em pouco mais de um ano, a startup já soma R$ 3,5 milhões de faturamento e projeta encerrar 2025 com R$ 5 milhões, mirando R$ 12 milhões em 2026. A empresa tem atualmente nove clientes ativos e deve chegar a 12 neste trimestre, com 30 profissionais em operação e presença em pelo menos seis países.
CEO contextualiza como surgiu a HOUS3 em entrevista exclusiva
De acordo com o fundador e CEO da HOUS3, Vinicius Chagas, em entrevista exclusiva ao Coinspeaker, a HOUS3 nasceu de forma orgânica, a partir da demanda crescente por soluções de blockchain corporativo e inteligência artificial aplicada:
Eu comecei como engenheiro de software e participei da primeira tokenização de ativo imobiliário do Brasil em 2021. Depois, vieram empresas interessadas nesse tipo de tecnologia, mas não existia quem fizesse a ponte entre o mercado corporativo e a tecnologia emergente. Eu percebi que havia um espaço enorme entre o que o mercado precisava e o que o modelo tradicional de software house oferecia.
Esse olhar deu origem a um modelo de operação flexível, baseado em times modulares e contratos dinâmicos. Em vez de escopos rígidos e orçamentos fixos que frequentemente se tornam obsoletos em semanas, a HOUS3 trabalha com squads plug-and-play que se ajustam conforme a necessidade do cliente. Como explica Vinicius:
Hoje, o mercado pede flexibilidade em tudo. Você tem flexibilidade para pedir um carro, alugar um imóvel, comprar qualquer coisa. Mas em tecnologia, os projetos ainda recebem tratamento de algo estático. O modelo Tech-as-a-Service muda isso completamente: você contrata tecnologia como um serviço, acessa o time que precisa e pode ajustar o formato conforme o negócio evolui.
O contrato mínimo é de seis meses, mas com total liberdade de cancelamento a partir do segundo mês, o que elimina a rigidez típica das parcerias de desenvolvimento. Afinal, como reforça o executivo:
A gente não quer ganhar um real que não venha do desenvolvimento efetivo de tecnologia para o cliente. Nosso compromisso é com entrega contínua. Trabalhamos com ciclos semanais ou quinzenais e o cliente tem clareza sobre o investimento e as entregas.
Com o novo modelo, a empresa pode disseminar aplicações de blockchain em um cenário já aquecido. Afinal, há cada vez mais lançamentos de novas criptomoedas e produtos que se baseiam na tokenização de ativos.
O modelo de operação da HOUS3
O modelo de operação da empresa se baseia na metodologia própria HOUS3 TRACK™️, que organiza entregas constantes e métricas de ROI em tempo real. Por exemplo, as equipes são compostas por especialistas em back-end, cibersegurança, infraestrutura, no-code, blockchain e IA, atuando como extensão direta das equipes internas dos clientes.
Desde o início de 2025, a empresa vem ampliando a atuação para mercados regulados, com destaque para o setor financeiro, após firmar um contrato com o BDM Bank para desenvolver uma solução de pagamentos internacionais baseada em stablecoins.
Aliás, a integração entre IA e Web3 é um dos pilares da HOUS3. A empresa trabalha com o conceito de inteligência aplicada ao produto, em que times especializados constroem soluções sob medida para automação, eficiência e engajamento.
Um exemplo é o projeto em parceria com o investidor e influenciador João Hazin. Trata-se de um agente inteligente no WhatsApp com treinamento por centenas de vídeos e conteúdos do criador, permitindo que usuários interajam diretamente com o conhecimento do especialista. Vinicius resume o conceito:
Não se trata de vender ferramentas prontas, e sim de construir inteligência sob medida. Cada produto nasce de um entendimento profundo do objetivo do cliente e é moldado com as ferramentas do mercado ou com tecnologia própria desenvolvida pela equipe.
Fase exploratória já passou, afirma CEO
O avanço do mercado de IA tem sido acompanhado de uma transformação na demanda corporativa por blockchain. Segundo Chagas, o período de euforia experimental deu lugar a um ciclo de consolidação e amadurecimento:
A fase exploratória passou. Hoje vemos projetos mais robustos, com preocupação regulatória, compliance e foco em geração de valor real. As empresas não buscam mais apenas provar conceito, mas integrar tecnologia de forma estratégica.
Portanto, essa evolução também é resultado de um ambiente regulatório mais definido. Para o fundador da HOUS3, que tem formação em Direito e experiência prévia no mercado financeiro, a clareza jurídica vem impulsionando novos projetos:
Houve um tempo em que o mercado se apoiava em zonas cinzentas da regulação, especialmente na tokenização de dívidas e valores mobiliários. Hoje, com resoluções da CVM como a 88 e a estruturação de ofertas digitais sob novos formatos, há mais segurança para inovar. O avanço da regulação e o envolvimento de instituições como a B3 e o Banco Central criaram uma base mais sólida. O mercado entende que não é mais terra sem lei.
Vinicius fala com propriedade sobre essa transição. Antes de fundar a HOUS3, atuou na Vórtx e na Trexx, participando de uma das primeiras tokenizações reguladas do país. Essa bagagem jurídica e técnica o ajudou a posicionar a empresa em um espaço que poucos players ocupam: o da integração entre inovação tecnológica e conformidade regulatória.
Captações e roadmap
Além da expansão operacional, a empresa acaba de captar R$ 1 milhão em uma rodada privada com parceiros próximos. O valor será direcionado a três frentes: marketing e posicionamento, investimento em novos projetos e aprimoramento interno. Vinícius detalha os planos da HOUS3:
Até agora, o crescimento foi 100% orgânico, muito baseado em indicação. Agora vamos investir em visibilidade e comercial. Também queremos apoiar projetos com alto potencial, mas que às vezes não conseguem fechar com a gente por falta de caixa inicial. Com esse capital, conseguimos absorver mais risco e apostar em ideias promissoras. E, por fim, vamos aprimorar nossas ferramentas internas — ser cliente de nós mesmos.
Dessa maneira, o objetivo é tornar a operação ainda mais escalável e previsível, sem abrir mão da personalização. A HOUS3 pretende reforçar a frente de Tech-as-a-Service com times dedicados para cada vertical — desde startups de tecnologia financeira até corporações de médio e grande porte em busca de eficiência digital:
Nosso foco é ser o time de tecnologia das empresas que não têm tempo a perder com processos lentos de contratação. Queremos reduzir o tempo de desenvolvimento e acelerar o time-to-market com governança e segurança.
HOUS3 busca faturar R$ 12 milhões em 2026
No horizonte de crescimento, a meta é clara: alcançar um faturamento anual de R$ 12 milhões em 2026. Isso consolidaria a empresa como referência latino-americana em soluções corporativas de IA e blockchain.
Por isso, o plano inclui expansão da equipe, novos escritórios remotos e entrada em novos mercados internacionais. Aliás, isso daria seguimento a uma expansão já impressionante, como detalha Vinícius:
Triplicamos o tamanho do time em menos de um ano e hoje temos pessoas no Brasil, América Latina e África do Sul. A operação é global desde o início e isso faz parte da nossa cultur.
Para o CEO, o futuro das tecnologias emergentes virá pela capacidade de combinar agilidade e segurança. Ele acredita que a IA e o blockchain vão se fundir como camadas complementares da infraestrutura digital das empresas. Também vê o modelo Tech-as-a-Service com potencial de se tornar padrão de inovação na próxima década:
O mundo corporativo quer construir rápido, mas com solidez. Não há mais espaço para processos travados e orçamentos que explodem no meio do caminho. O que entregamos é tecnologia sob demanda, com previsibilidade e impacto real.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Leonardo Cavalcanti é jornalista especializado em criptomoedas, blockchain e finanças digitais. Além de tocar projetos próprios como o podcast BlockHistory. Também trabalha em desenvolvimento de negócios no ecossistema cripto como parceiro comercial Azify, com foco em parcerias estratégicas, tokenização e soluções de infraestrutura financeira.
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