Hackers divulgam código-fonte da Nobitex; Irã limita exchanges
Isso deixa os usuários da Nobitex à mercê de outros hackers. Também confirma a ameaça anterior de vazamento do código e de outros arquivos internos da corretora.
Hackers israelenses acusam a Nobitex de uso por autoridades do governo iraniano e violações de sanções internacionais.
Eles teriam queimado US$ 90 milhões em fundos da exchange, incluindo criptomoedas como Bitcoin, Ethereum, Tron e Solana.
Em resposta ao hack, o Banco Central do Irã restringiu o horário de funcionamento das corretoras cripto para o período entre 10h e 20h.
O grupo israelense Gonjeshke Darande, responsável pelo hack de US$ 90 milhões contra a exchange cripto iraniana Nobitex, divulgou o código-fonte completo da plataforma.
Isso deixa os usuários da Nobitex à mercê de outros hackers. Também confirma a ameaça anterior de vazamento do código e de outros arquivos internos da corretora.
Grupo hacker alega ligação da Nobitex com regime iraniano
Em um post no dia 19 de junho, o grupo hacker israelense observou:
Chegou a hora — link para o código-fonte completo abaixo. Os ativos de usuários da Nobitex agora estão totalmente expostos.
Os hackers compartilharam informações sobre diversos recursos de segurança críticos da corretora.
Por exemplo, estão na lista scripts de blockchain, configurações de privacidade e uma lista de servidores. Por fim, há um arquivo zip para download contendo o código-fonte completo da plataforma Nobitex.
O grupo hacker israelense afirmou ter atacado a corretora porque funcionários do governo iraniano estariam utilizando a Nobitex. Além disso, alegou que a corretora participou de atividades que violam as sanções internacionais impostas ao Irã.
Nobitex afirma que não houve perdas financeiras adicionais
No dia 19 de junho, a empresa informou que não houve mais perdas financeiras. Também afirmou que deve restabelecer os serviços em cinco dias.
No entanto, a bolsa reconheceu que o progresso está sendo prejudicado por interrupções na internet relacionadas aos ataques das forças israelenses.
Os hackers alegam que a maior parte dos fundos roubados foi queimada ou removida permanentemente de circulação. Isso inclui alguns dos principais ativos digitais, como Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Tron (TRX), Solana (SOL) e outros.
12 hours ago 8 burn addresses burned $90M from the wallets of the regime's favorite sanctions violation tool, Nobitex.
12 hours from now The source-code of Nobitex will be open to the public, and Nobitex’s walled garden will be without walls. Where do you want your assets to be?…
— Gonjeshke Darande (@GonjeshkeDarand) June 18, 2025
Banco Central Iraniano limita negociação de criptomoedas
Após o hack, o Banco Central do Irã teria imposto um toque de recolher nas bolsas de criptomoedas nacionais. O órgão restringiu o horário de funcionamento para o período das 10h às 20h, como observado em relatos referenciados pela Chainalysis.
Segundo Andrew Fierman, chefe de inteligência de segurança nacional da Chainalysis, o toque de recolher provavelmente visa mitigar novos ataques. Afinal, de acordo com ele:
Incidentes são mais fáceis de gerenciar quando não ocorrem no meio da noite.
Além disso, ele diz que o povo iraniano utiliza corretoras de criptomoedas para facilitar transações transfronteiriças. Por isso, o regime do país pode querer exercer um controle maior sobre as transações de seus cidadãos. Isso é especialmente comum em períodos de alta tensão geopolítica e possibilidade de fuga de capitais do Irã.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.
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