A Kraken captou US$ 500 milhões e agoea é avaliada em US$ 15 bilhões.
Rodada sem investidor líder foi feita nos termos da própria exchange.
Os recursos devem financiar sua expansão em derivativos, custódia e mercados emergentes.
IPO previsto para 2026 pode tornar a Kraken a próxima grande listagem cripto.
A exchange de criptomoedas Kraken anunciou na sexta-feira (26/09) o fechamento de uma rodada de financiamento de US$ 500 milhões. Com isso, a empresa atingiu uma avaliação de US$ 15 bilhões.
A notícia reforça o momento de reorganização e crescimento da companhia em meio a um ambiente de forte competição no setor cripto e ocorre meses antes da aguardada oferta pública inicial (IPO) da empresa, prevista para 2026.
O aporte bilionário foi estruturado de forma incomum, sem a presença de um investidor líder. Segundo fontes ouvidas pela Fortune, a rodada ocorreu nos próprios termos da Kraken, algo raro em operações desse porte, mas que demonstra a confiança dos participantes no modelo de negócios da exchange.
Quem investiu na Kraken?
Entre os investidores estão grandes fundos de private equity, gestoras de capital de risco e até o co-CEO Arjun Sethi, que entrou no round por meio de sua gestora Tribe Capital.
Essa característica reforça a percepção de que a Kraken busca por uma participação de mercado relevante, mesmo em um mercado pressionado por ciclos de volatilidade e disputas regulatórias.
O movimento ocorre em um momento estratégico. Afinal, nos últimos dois anos, a Kraken tem expandido suas operações de forma agressiva.
Uma das iniciativas mais notórias da empresa foi a aquisição da NinjaTrader, plataforma especializada em negociação de futuros e derivativos, em um acordo avaliado em cerca de US$ 1,5 bilhão. Essa compra sinalizou a ambição da exchange em ampliar sua presença no mercado de derivativos além de ofertar criptomoedas promissoras como grande parte das exchanges.
Com essa aquisição, a Kraken passou a disputar espaço não apenas com outras exchanges cripto, como Coinbase e Binance, mas também com corretoras tradicionais que dominam o setor de futuros nos Estados Unidos e na Europa.
Portanto, essa diversificação também reforça a narrativa de que a empresa não pretende se limitar a ser um player de criptomoedas. Afinal, busca se tornar uma plataforma de negociação multiativos, pronta para oferecer produtos mais sofisticados a clientes institucionais e de varejo.
Kraken pode rivalizar com a Coinbase
A avaliação de US$ 15 bilhões conquistada nesta rodada de financiamento posiciona a Kraken entre as empresas mais valiosas do setor cripto global. Embora ainda abaixo da Coinbase, listada na Nasdaq desde 2021, a exchange mostra que está preparada para rivalizar em condições mais equilibradas, especialmente com o IPO no horizonte.
A abertura de capital, prevista para 2026, deve ser um dos eventos mais acompanhados da indústria. Aliás, um dos motivos para isso é o histórico de tentativas da Kraken. A empresa vem adiando há anos sua listagem em bolsa.
O IPO pode representar não apenas uma ampliação da base de investidores, mas também maior transparência regulatória e governança corporativa para a Kraken. Esses são fatores cada vez mais cobrados por clientes institucionais que buscam exposição ao setor.
Para o mercado, a rodada de US$ 500 milhões também é vista como um sinal de resiliência. O setor de exchanges foi severamente impactado por ciclos recentes de baixa e por escândalos. Por exemplo, a falência da FTX em 2022 abalou a confiança em plataformas centralizadas.
Apesar disso, a Kraken mantém uma trajetória relativamente estável, reforçando práticas de compliance, ampliando presença em diferentes mercados e investindo em produtos inovadores.
De olho na regulação
Do ponto de vista regulatório, a empresa segue sob o guarda-chuva dos Estados Unidos, onde autoridades financeiras têm apertado o cerco contra atividades consideradas irregulares. Em 2023, a Kraken chegou a pagar multas relacionadas a serviços de staking sem registro na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
Desde então, a exchange adaptou suas operações e buscou caminhos para estar em conformidade, ao mesmo tempo em que manteve sua estratégia de crescimento. Em março deste ano, a SEC desistiu de acusações contra a empresa.
O sucesso da rodada de financiamento sugere que o mercado reconhece os avanços regulatórios da empresa e aposta em sua capacidade de navegar em ambientes de maior supervisão.
Além do IPO, outro ponto de atenção será a utilização dos recursos captados nesta rodada. A expectativa é que parte dos US$ 500 milhões seja direcionada ao fortalecimento do balanço e a investimentos em novas áreas. Por exemplo, a Kraken pode apostar mais em infraestrutura de custódia institucional, desenvolvimento de produtos de staking regulados e expansão em mercados emergentes.
A América Latina e a Ásia despontam como regiões estratégicas, dada a alta demanda por criptoativos e serviços financeiros alternativos.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Leonardo Cavalcanti é jornalista especializado em criptomoedas, blockchain e finanças digitais. Além de tocar projetos próprios como o podcast BlockHistory. Também trabalha em desenvolvimento de negócios no ecossistema cripto como parceiro comercial Azify, com foco em parcerias estratégicas, tokenização e soluções de infraestrutura financeira.
We use cookies to ensure that we give you the best experience on our website. If you continue to use this site we will assume that you are happy with it.Ok