Scaramucci critica endividamento de empresas para acumular BTC

Empresas vêm adotando novas estratégias para acumular Bitcoin, buscando um equilíbrio entre inovação e solidez financeira.

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Marta Stephens Editor Marta Stephens Atualizado em 3 mins read
Scaramucci critica endividamento de empresas para acumular BTC

Resumo da notícia:

  • Anthony Scaramucci, fundador da Skybridge Capital, acredita que o endividamento de empresas para acumular Bitcoin pode trazer danos para a própria moeda.
  • O empresário alertou para os riscos de uma eventual liquidação forçada.
  • A Strategy é referência nessa abordagem, que já influenciou empresas como a Metaplanet e, no Brasil, a Méliuz.

Empresas vêm adotando novas estratégias de tesouraria com criptoativos, buscando um equilíbrio entre inovação e solidez financeira. Comprar BTC ainda é a estratégia preferencial. No entanto, a abordagem já começa a gerar críticas de especialistas.

Recentemente, Anthony Scaramucci questionou o modelo de endividamento de algumas empresas para formar reservas em criptos. Afinal, segundo ele, isso poderia trazer riscos no caso de uma baixa contínua dos preços.

Emissão de dívida para acumular BTC pode prejudicar o Bitcoin, diz Scaramucci

Anthony Scaramucci, fundador da Skybridge Capital, afirma que iniciativas como a da Strategy para acumular BTC podem sair de moda. Portanto, teriam o potencial de trazer danos à moeda, caso a onda passe.

Scaramucci tratou do tema durante a DigiAssets Conference, que ocorreu no início desta semana. Ao responder a uma pergunta sobre tesouraria em Bitcoin, ele declarou que ‘não é fã’ de empresas que fazem isso.

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O empresário alertou para os riscos de uma eventual liquidação forçada. Também relembrou o caso das Sociedades de Propósito Específico de Aquisição (SPACs), traçando paralelos com modelo atual.

Em 2021, houve um boom de ofertas públicas iniciais (IPOs) de SPACs, graças aos juros baixos e otimismo do mercado. No entanto, o mercado encolheu significativamente já no ano seguinte. Hoje em dia, muitos analistas veem o fenômeno como uma ‘bolha’ que não se sustentou.

O banco suíço de ativos digitais Sygnum também sinalizou para o risco de uma queda prolongada do Bitcoin. Na mesma linha de Scaramucci, o relatório afirma que a Strategy seria forçada a liquidar parte de seus ativos em BTC para cobrir obrigações de dívida nesse caso.

Strategy é referência para outras empresas

A onda da tesouraria em Bitcoin começou com MicroStrategy, que mudou seu nome para Strategy recentemente. A empresa começou a comprar Bitcoin ainda em 2020, tratando a moeda como reserva de valor — um ‘hedge’ contra a inflação.

Inicialmente, a empresa usava fundos disponíveis em caixa. No entanto, posteriormente, passou a emitir ações preferenciais e títulos conversíveis com a mesma finalidade.

A estratégia da Strategy teve bastante sucesso até o momento. Inclusive, a empresa lançou um plano para captar US$ 2 bilhões para acumular Bitcoin.

Além disso, as ações da empresa se tornaram uma espécie de proxy para o Bitcoin. Afinal, começaram a atrair investidores que desejam acompanhar o desempenho da criptomoeda sem necessariamente deter BTC em carteira.

Segundo a Bitcoin Treasuries, a Strategy tem cerca de US$ 61,9 bilhões em Bitcoin em sua tesouraria atualmente.

Outras empresas passaram a adotar essa estratégia tendo a Strategy como referência. Um exemplo é a japonesa Metaplanet, que iniciou um plano de compra de BTC e já se destaca no mercado asiático.

Além disso, no Brasil, a Méliuz lançou um fato relevante e alterou seu objeto social para acumular Bitcoin.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.