SpaceX atinge US$ 1 bilhão em BTC

Reservas da empresa atingem novo patamar e podem influenciar estratégias corporativas.

Marta Stephens By Marta Stephens Flavio Aguilar Edited by Flavio Aguilar Atualizado em 5 mins read
SpaceX atinge US$ 1 bilhão em BTC

Resumo da notícia

  • A SpaceX detém 8.285 BTC, avaliados em US$ 1,011 bilhão.
  • A posição reforça a confiança do mercado em relação ao preço da moeda.
  • Estratégia também pode inspirar outras empresas e pressionar por regulamentações mais claras para criptos.

A SpaceX, empresa aeroespacial liderada por Elon Musk, chegou a uma posição impressionante em Bitcoin, totalizando mais de US$ 1 bilhão. Na última semana, a conta @BTC_Archive, do X, mostrou uma imagem com o valor na plataforma e rastreio onchain Arkham.

O site destaca que a SpaceX possui 8.285 BTC, avaliados em US$ 1,01 bilhões. Portanto, sinaliza para uma aposta significativa na criptomoeda, podendo influenciar a percepção de outros players institucionais. Além disso, mostra a força do BTC em reservas corporativas.

Detalhes da posição da SpaceX em Bitcoin

As imagens do post mostram um painel de portfólio da SpaceX. O ativo principal listado é o Bitcoin (BTC), com uma quantidade de 8.285 BTC. É possível verificar o montante no site oficial da empresa de rastreio.

SpaceX atinge marco de US$ 1 bilhão em BTC

(Imagem: Arkham)

A maior entre as melhores criptomoedas representa US$ 1,011 bilhão para empresa de Musk. Isso significa também um aumento de 1,67% em relação a uma base anterior não especificada.

O preço do BTC estava em US$ 121.798 no momento do registro. Desde então, a moeda passou por uma desvalorização, ficando abaixo de US$ 117 mil.

A posição reflete uma estratégia de tesouraria que contrasta com movimentos anteriores da SpaceX. Dados históricos indicam que a empresa chegou a possuir 25.724 BTC em fevereiro de 2021, reduzindo suas reservas até zero em dezembro de 2022. Isso se deveu a write-downs de US$ 373 milhões e a vendas estratégicas.

A retomada, em setembro de 2024, com 8.285 BTC, assim como o crescimento subsequente até agosto de 2025, mostram uma confiança renovada na criptomoeda. Também se alinha à valorização do BTC e à visão de longo prazo de Elon Musk.

Quais são os impactos para o mercado?

A decisão da SpaceX de alocar US$ 1 bilhão em Bitcoin tem várias implicações potenciais para o ecossistema cripto. Considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo, com capitalização de mercado estimada em dezenas de bilhões, a SpaceX agrega legitimidade ao ativo digital.

Portanto, o movimentação pode encorajar outros gigantes corporativos, como Tesla (que já possui BTC) e Strategy, a aumentar suas exposições, ampliando a narrativa de criptoativos como reserva de valor.

Analistas sugerem que um aumento na demanda institucional pode levar o BTC a novos recordes, potencialmente superando as máximas acima de US$ 123.000 deste mês.

Por fim, a decisão da SpaceX pode ser interpretada como uma proteção contra a desvalorização do dólar. Afinal, essa é uma tendência observada em meio à política monetária frouxa dos EUA.

Com a possibilidade de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, o Bitcoin emerge como uma alternativa atraente para empresas que buscam preservar o valor de suas reservas.

Contexto da compra

A compra de Bitcoin pela SpaceX ocorre em um momento de incerteza econômica global. Valendo US$ 2,1 trilhões em dezembro de 2024, com o boom da inteligência artificial e contratos espaciais, a empresa tem capital significativo para diversificar seus ativos.

A escolha pelo Bitcoin, em vez de ativos tradicionais como ouro ou títulos, reflete uma visão futurista alinhada com a filosofia de Musk. Afinal, o bilionário já demonstrou interesse em tecnologias disruptivas e descentralizadas.

Além disso, a valorização recente do BTC, de US$ 851 milhões em janeiro de 2025 para US$ 1,011 bilhão em agosto, valida a estratégia de longo prazo da SpaceX.

A empresa parece estar aproveitando o momentum do mercado, conforme os dados do portfólio.

Portanto, a tendência é consistente com o aumento da adoção institucional, incluindo fundos soberanos como o da Noruega, que recentemente expandiu sua exposição indireta para US$ 7,161 bilhão.

O que pode dar errado?

Apesar do otimismo, a decisão da SpaceX enfrenta questionamentos. A volatilidade do Bitcoin permanece uma preocupação, com oscilações que podem impactar o valor líquido da empresa em momentos de baixa.

Além disso, a falta de clareza sobre a origem dos fundos para essa aquisição. se provenientes de lucros operacionais ou reestruturação de ativos, levanta debates sobre a sustentabilidade da estratégia.

Alguns analistas sugerem que a SpaceX pode estar usando o Bitcoin como uma ferramenta de marketing. Ou seja, aproveitando a atenção midiática gerada por Musk para reforçar sua marca.

Outro ponto de discussão é a dependência de exchanges centralizadas para custódia, o que contrasta com a filosofia descentralizada do Bitcoin.

Embora a SpaceX possa estar explorando soluções de custódia própria, a exposição a riscos cibernéticos, como os ataques norte-coreanos recentes, é um fator a ser monitorado.

Inspiração global

No cenário global, a movimentação da SpaceX pode inspirar outras empresas de tecnologia a adotar o Bitcoin como parte de suas tesourarias. Países como Singapura e Emirados Árabes Unidos, que buscam se posicionar como hubs de cripto, podem seguir o exemplo, ampliando a adoção internacional.

No Brasil, onde o mercado cripto tem crescido rapidamente, a notícia pode incentivar startups e investidores locais a explorar o BTC como hedge contra a instabilidade do real.

Aliás, com a regulamentação brasileira avançando em 2025, a influência da SpaceX pode acelerar a integração de criptoativos em portfólios corporativos nacionais.

Perspectivas futuras

O investimento de US$ 1 bilhão da SpaceX no Bitcoin é mais do que um movimento financeiro. Trata-se de um endosso simbólico de uma tecnologia que desafia as normas tradicionais. Afinal, a empresa demonstra que o BTC pode ser uma aposta lucrativa, mesmo em um mercado volátil.

Analistas preveem que, se o preço do Bitcoin continuar subindo, impulsionado por cortes de taxas de juros nos EUA e uma maior adoção institucional, a SpaceX pode aumentar suas reservas, potencialmente alcançando 10.000 BTC nos próximos meses.

Além disso, a iniciativa pode pressionar reguladores globais a criar frameworks mais claros para empresas que investem em criptos.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Marta Stephens

Marta Barbosa Stephens é escritora e jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco, com mestrado na PUC São Paulo e pós-graduação em edição na Universidade de Barcelona. Trabalhou em diversas redações de jornais e revistas no Brasil. Foi repórter de economia no Jornal da Tarde, do grupo O Estado de São Paulo e editora-adjunta de finanças pessoais na revista IstoÉ Dinheiro. Atuou no mercado de edição de livros de finanças em São Paulo e foi, por seis anos, redatora-chefe da revista Prazeres da Mesa (https://www.prazeresdamesa.com.br/), antes de se mudar para Inglaterra. No Reino Unido, foi editora do jornal Notícias em Português, voltado à comunidade lusófona na Inglaterra. Escreve e edita sobre o mercado de criptomoedas e tecnologia blockchain desde 2022.