Bitcoin atinge recorde em hashrate enquanto fluxos de ETFs se ajustam

Updated 12 horas ago by · 6 mins read

A rede do Bitcoin alcançou um marco histórico ao ultrapassar a marca de 1 zettahash por segundo (1 ZH/s) de poder computacional.

A rede do Bitcoin atingiu nesta segunda metade de outubro de 2025 níveis de hashrate que reforçam seu amadurecimento como infraestrutura global de valor. Dados onchain indicavam no início do mês níveis de cerca de 1,001 exahashes por segundo (EH/s) para a rede. Ou seja, 1.001 bilhões de terahashes por segundo.

Além disso, o banco JPMorgan observou que o hashrate da rede caiu ligeiramente, no início de outubro, para cerca de 1.030 EH/s, após recordes nos meses anteriores.

Desse modo, a combinação de valores de um hashrate em nível histórico, com certa estabilização ou ‘pausa’ no crescimento, aponta para dois fatos importantes.

O primeiro é que a rede Bitcoin segue forte, com elevada participação de poder computacional. Já o segundo, que ajustes no preço ou no ambiente de mineração podem provocar pequenas retrações ou estabilização no crescimento da rede.

Fluxo institucional no Bitcoin

Do lado dos fluxos de investimento institucional, o cenário também revela nuances relevantes. Um levantamento da Farside mostra que os ETFs de Bitcoin spot registraram uma saída líquida de cerca de US$ 40,5 milhões na segunda-feira (20/10), estendendo uma sequência de quatro dias de fluxos negativos.

Em paralelo, um relatório da CoinShares registrou que, na semana que terminou em 4 de outubro, ETFs dos criptoativos mais promissores receberam globalmente cerca de US$ 5,95 bilhões em entradas, com US$ 3,55 bilhões destinados ao Bitcoin.

Esse fluxo sugere que o mercado está ajustando expectativas e que nem todo capital institucional permanece em um ritmo de entradas ininterruptas.

No plano macro, o Bitcoin opera em um terreno de elevada incerteza. Tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, com anúncios de tarifas elevadas e controles sobre terras raras, colocaram pressão sobre os mercados de risco e contribuíram para liquidações expressivas de criptos.

Enquanto isso, os grandes mineradores observam que o nível de lucratividade por terahash está em torno de US$ 51 por TH/s por dia, o que exige eficiência de energia e escala operacional para manter uma posição competitiva.

O que o hashrate pode indicar?

No que diz respeito ao hashrate, uma leitura mais profunda indica que, embora o crescimento tenha sido forte durante os meses de agosto e setembro, ao redor do nível de US$ 120 mil para o Bitcoin, ele ‘pausou’ ou se estabilizou no início de outubro, coincidindo com a correção de preço.

Segundo uma análise de André Franco, CEO da Boost Research, a expectativa é positiva para o Bitcoin com um possível alívio nas tensões comerciais entre EUA e China.

Mercados asiáticos avançam com força, impulsionados pela expectativa de melhora nas relações comerciais entre Donald Trump e Xi Jinping, incluindo sinalizações de um encontro no próximo fórum econômico da Coreia do Sul, e por uma coalizão japonesa vista como propulsora de estímulos. O índice MSCI da Ásia-Pacífico (ex-Japão) subiu cerca de 0,94%, atingindo o nível mais alto em 4,5 anos. Apesar de persistirem preocupações com riscos bancários nos EUA e o prolongado shutdown, o sentimento de risco foi impulsionado positivamente.

Já o Bitcoin, cotado em aproximadamente US$ 110.400, tem uma expectativa de curto prazo moderadamente positiva, ele afirmou.

A melhora nas perspectivas de comércio global eleva o apetite por risco, o que beneficia o Bitcoin. No entanto, a magnitude das valorizações pode ser limitada, pois parte desse cenário já vinha sendo precificada. Espera-se que o Bitcoin oscile entre US$ 107.000 e US$ 113.000, com possibilidade de teste da resistência próxima a US$ 115.000 se os sinais comerciais e de liquidez permanecerem favoráveis.

Cenários possíveis adiante

Conforme dados on-chain, o crescimento do hashrate só havia sido retomado no começo de agosto, e o ‘break’ observado agora pode ser uma reação ao ambiente de preço mais frágil.

Essa dinâmica importa porque o hashrate elevado reflete a robustez da rede Bitcoin — mais poder de computação significa mais segurança, menos chance de ataques 51% e maior confiabilidade para participantes institucionais e mineradoras.

Por outro lado, se o preço do Bitcoin permanecer baixo por certo período, mineradoras menos eficientes podem reduzir as operações, o que levaria a um ajuste de dificuldade e até correção no hashrate.

Do lado dos ETFs, a saída de capital recente não necessariamente aponta para uma sinalização negativa estrutural. Conforme os dados da Farside, embora tenha havido saídas nos últimos dias, os fluxos cumulativos ainda são expressivos e historicamente elevados.

Analistas apontam que momentos de grandes entradas frequentemente coincidem com picos de preço. Por exemplo, isso ocorreu quando o Bitcoin atingiu um patamar acima de US$ 125 000 no início de outubro.

A coincidência entre recordes de preço e entradas fortes reforça que parte do movimento é especulativa ou de alocação rápida. Portanto, pode haver uma distinção entre fluxos sustentáveis e momentâneos.

Confiança do varejo e reforço institucional

Para os investidores, essas informações carregam algumas implicações práticas. O fato de o hashrate estar sólido dá suporte à narrativa de que a rede Bitcoin segue sendo uma infraestrutura de valor de longo prazo.

Isso pode reforçar a confiança institucional em manter alocações de médio a longo prazo, mesmo num ambiente mais volátil de curto prazo. Por outro lado, a leitura dos fluxos de ETFs indica que não se trata mais de uma ‘corrida de influxos contínuos’ sem interrupção. Ou seja, o mercado está mais seletivo, e saídas ou pausas relativas podem ser interpretadas como oportunidade ou como ajuste de exposição.

Em termos de preço, o Bitcoin vinha sendo negociado entre US$ 104.778 e US$ 115.934 desde meados de outubro.

A volatilidade permanece elevada, e, enquanto os indicadores de mineração e infraestrutura são positivos, o ambiente externo (geopolítico, monetário) exige prudência. Segundo analistas, o Bitcoin está ‘mantido no suporte da tendência’ após liquidações e queda de interesse especulativo.

Para mineradoras e participantes da rede, o cenário de hashprice em torno de US$ 51 por TH/s por dia indica que apenas operações com custos de energia baixos ou escala suficientemente grande permanecerão competitivas. Isso reforça a tendência de consolidação no setor de mineração, com operadores mais eficientes se beneficiando com a robustez da rede e margens melhores.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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