Queda de quase 30% em relação à máxima histórica reflete um conjunto de fatores macroeconômicos.
O mercado global de criptoativos iniciou a semana sob forte pressão, e o Bitcoin despencou abaixo de US$ 90 mil. A criptomoeda atingiu sua mínima nos últimos sete meses.
A queda de quase 30% em relação à máxima histórica acima de US$ 126 mil alcançada em outubro reflete um conjunto de fatores macroeconômicos adversos, instabilidade técnica e um esfriamento evidente da demanda institucional.
O que está derrubando o Bitcoin?
Na visão de André Franco, CEO da Boost Research, a crescente aversão ao risco por parte dos investidores, em meio a incertezas sobre cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed), está pesando sobre os ativos de maior volatilidade, como o Bitcoin.
As expectativas de que a Fed reduzisse as taxas em dezembro caíram para menos de 50%, segundo o mercado e comentários especializados. Ou seja, a incerteza econômica nos EUA gerou um sentimento de cautela considerável. E o mercado não gosta de trabalhar com incertezas, especialmente em ativos de risco como as melhores criptomoedas.
Simultaneamente, os ETFs de Bitcoin à vista registraram retiradas líquidas de cerca de US$ 2,5 a US$ 3 bilhões em novembro, segundo relatório da IG Markets. Segundo Franco:
Os ETFs de Bitcoin à vista registraram saídas líquidas de aproximadamente US$ 2,8 bilhões em novembro, sinalizando uma diminuição do apetite institucional no curto prazo’.
Apesar do sentimento de ‘medo extremo’ no mercado, dados on-chain mostram que as ‘baleias’ (grandes investidores) e algumas instituições, como a Strategy, continuam a acumular Bitcoin, aproveitando os preços mais baixos. Portanto, o sentimento de quem já está há mais tempo no mercado é de ‘promoção’.
Alguns investidores, por meio de redes sociais, brincam com o fato de a queda ser próxima à Black Friday. Ou seja, o sentimento — ao menos de parte da comunidade cripto — é de que o Bitcoin está com um desconto em relação ao restante do ano.
A faixa de oscilação provável no curto prazo situa-se entre US$ 89 mil e US$ 95 mil. Há a possibilidade de novas quedas, caso o cenário macroeconômico piore ou a pressão vendedora se intensifique.
Cenário técnico e próximos níveis
Com o Bitcoin abaixo de US$ 90 mil, analistas técnicos colocam as faixas de suporte mais prováveis entre US$ 89 mil e US$ 95 mil. Em caso de continuidade da pressão, o próximo suporte relevante pode estar entre US$ 80 mil e US$ 75 mil, um cenário alarmante se os fluxos institucionais continuarem negativos e o ambiente macro piore.
Por outro lado, uma recuperação exigiria que o Bitcoin conseguisse retomar a região dos US$ 100 mil-US$ 106 mil, acompanhado de fluxos positivos de ETFs e melhora nas expectativas de redução da taxa de juros norte-americana — fatores que hoje parecem ainda distantes.
De fato, o mercado cripto enfrenta uma encruzilhada. O Bitcoin perdeu ganhos de um ano inteiro e atua sob forte pressão, com incertezas macro acentuadas e investidores institucionais saindo.
Conforme registrado por André Franco, o momento exige atenção e paciência. Portanto, pode ser hora de observar se o suporte segura ou cede à próxima onda de liquidez. Se o cenário piorar, o Bitcoin pode testar níveis bem mais baixos. No entanto, se houver sinais de retomada, a queda poderá representar uma oportunidade de ‘reset’ para uma nova perna de alta.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
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