Bitcoin atinge novas mínimas, chegando a US$ 91.158 durante a manhã.
Mercado reage à falta de dados econômicos nos EUA e ao tom mais duro do Fed.
Instituições reduzem exposição enquanto analistas apontam queda na liquidez em dólar.
O Bitcoin hoje (19/11) amplia seu movimento de queda e volta a testar níveis vistos há seis meses, operando na faixa entre US$ 92.000 e US$ 95.000 após ter tocado os US$ 90.000 durante a madrugada. Por volta de 12h30, a moeda caía 2,21% em relação ao dia anterior.
Os investidores seguem avaliando o impacto da ausência de dados macroeconômicos após o shutdown de 43 dias nos EUA e o sinal de cautela emitido pelo Federal Reserve (Fed). Afinal, o tom mais duro do banco central americano reacendeu o receio de que não ocorra uma redução de juros em dezembro.
A combinação de incerteza econômica e saídas recordes de ETFs pode elevar ainda mais a pressão vendedora até o fim do dia.
Bitcoin hoje sente impacto da turbulência macroeconômica
A recente queda de quase 30% desde o pico de outubro, quando o ativo tocou US$ 126.000, consolidou um ambiente de fragilidade. Também pesou a fala de Jerome Powell, presidente do Fed, que afirmou que ‘uma redução maior na taxa de juros… não é uma medida garantida’.
Os analistas destacam que a falta de dados amplia a incerteza a respeito do Bitcoin hoje. E o fluxo institucional ajuda a explicar esse cenário. Por exemplo, as saídas de US$ 1,8 bilhão em ETFs na última semana mostram um reposicionamento agressivo.
Também houve um recuo de US$ 870 milhões apenas em produtos ligados ao Bitcoin na quinta-feira. Aliás, esse movimento reflete tanto a queda de liquidez global quanto o fim do entusiasmo com a agenda pró-cripto de Donald Trump.
Por exemplo, o Ethereum (ETH) caiu abaixo de US$ 3.000, enquanto a Solana recuou cerca de um terço desde outubro. Em seguida, a queda geral apagou aproximadamente US$ 1 trilhão do mercado cripto, incluindo muitas das melhores altcoins.
As ações ligadas ao setor também vêm sofrendo. A Coinbase recuou para US$ 260,26, e o MSTR para US$ 191,59, refletindo uma atividade menor de negociação.
Mas nem todas as instituições reduziram a exposição, mesmo com o Bitcoin abaixo de US$ 90.000. Por exemplo, a Strategy Inc adquiriu 8.178 BTC a um preço médio de US$ 102.171, ampliando suas reservas para 649.870 BTC.
A empresa levantou US$ 715 milhões para financiar novas operações. Portanto, o aumento reforça a tática de ampliar suas posições mesmo durante as quedas, contrariando o sentimento negativo do mercado.
Arthur Hayes, ex-CEO da Bitmex, atribui a correção à queda da liquidez em dólares. Além disso, ele alerta que a desvalorização do Bitcoin hoje, diante de bolsas em máximas históricas, sugere um ‘evento de crédito’.
Então, se as ações tiverem correções entre 10% e 20%, Hayes acredita que o governo americano poderá ‘imprimir’ mais dólares, empurrando o Bitcoin para até US$ 250.000.
Ele ainda aponta que os ETFs registram saídas porque grandes players usam esses produtos em ‘operações de base’, e não como aposta direcional no preço.
Hayes afirma que o recuo atual reduz a rentabilidade dessas operações, derrubando as entradas nos ETFs. Também destaca que os investidores de varejo podem estar interpretando mal o comportamento institucional, criando um ciclo de vendas que amplia a pressão sobre o mercado.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.
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