A plataforma havia suspendido depósitos e saques durante o conflito entre Irã e Israel.
By Flavio Aguilar
Editor Marta Stephens
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Resumo da notícia:
A exchange de criptomoedas iraniana Nobitex anunciou a retomada gradual de suas atividades, uma semana após sofrer um ciberataque que resultou em perdas de aproximadamente US$ 100 milhões.
A plataforma havia suspendido depósitos e saques durante o conflito entre Irã e Israel. Afinal, o ataque contra a corretoria foi realizado por um grupo hacker pró-Israel.
A Nobitex alertou seus usuários para não utilizarem os endereços antigos de carteira. Segundo um comunicado da empresa, a migração do sistema invalidou esses endereços, e qualquer depósito neles pode ser irrecuperável:
Devido à migração do sistema de carteiras, endereços anteriores não são mais válidos.
Follow- up on Nobitex Security Incident, Step-by-step wallet access has begun, 29 June 2025
Please note:
1. This process is being carried out gradually, starting with verified users and initially for spot wallets, followed by other types of wallets.
2. The identity…
— Nobitex | نوبیتکس (@nobitexmarket) June 29, 2025
Os saques na Nobitex começaram no dia 30 de junho. A bolsa afirmou que outras atividades, como depósitos e negociações, voltarão gradualmente.
Além disso, a corretora irá liberar o acesso às carteiras apenas aos usuários que completarem a verificação de identidade.
Também haverá uma priorização dos clientes da área de spot exchange. Aliás, a empresa não divulgou um cronograma completo para o retorno das demais funcionalidades. Portanto, mesmo os clientes que estiverem em busca de novas criptomoedas terão que esperar.
Segundo a Chainalysis, a Nobitex ocupa uma posição central na infraestrutura cripto do Irã. Afinal, a soma de seus fluxos de entrada chegou a US$ 11 bilhões. Portanto, superou a soma das outras 10 maiores exchanges iranianas, que é de US$ 7,5 milhões.
O mesmo relatório apontou que a Nobitex pode ter ligações com atores maliciosos e entidades sancionadas.
Essas conexões estariam entre os motivos que levaram o grupo hacker israelense Gonjeshke Darande a realizar o ataque.
Os invasores alegaram motivação política e destruíram US$ 90 milhões em ativos. Além disso, vazaram o código-fonte completo da exchange.
Grupos estatais seguem como os principais responsáveis por ciberataques no setor cripto. Em 2025, houve uma explosão no número de casos.
O grupo norte-coreano que hackeou a Bybit em fevereiro teria causado 70% das perdas este ano. Afinal, os hackers teriam roubado o equivalente a US$ 1,5 bilhão.
E a tendência segue a toda este ano.
Em abril, por exemplo, a PeckShield registrou 18 grandes ataques, totalizando cerca de US$ 357,11 milhões em perdas. Em seguida, um relatório da TRM Labs revelou que 75 incidentes já somaram mais de US$ 2,1 bilhões no ano.
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Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.
