Hackers roubam R$ 112 milhões em criptos de mineradora japonesa

Os ativos desviados incluem Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Litecoin (LTC), Dogecoin (DOGE) e Bitcoin Cash (BCH).

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Atualizado em 3 mins read
Hackers roubam R$ 112 milhões em criptos de mineradora japonesa

Resumo da notícia

  • Hackers roubaram R$ 112 milhões em criptomoedas da SBI Crypto.
  • Investigadores apontam semelhanças do ataque com outros ligados a grupos da Coreia do Norte.
  • Ativos desviados foram enviados ao Tornado Cash para ocultação das transações.

A empresa japonesa SBI Crypto, pertencente ao Grupo SBI, foi alvo de um ataque hacker que resultou no roubo de US$ 21 milhões, aproximadamente R$ 112 milhões.

Os ativos desviados incluem Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Litecoin (LTC), Dogecoin (DOGE) e Bitcoin Cash (BCH).

A operação foi identificada pelo investigador ZachXBT, conhecido por expor movimentações suspeitas e golpes envolvendo criptomoedas.

Criminosos usaram Tornado Cash para ocultar valores

O analista apontou que endereços ligados à SBI Crypto tiveram fundos drenados no dia 24 de setembro. Os valores foram enviados ao Tornado Cash, protocolo que serve para embaralhar transações na rede Ethereum e dificultar o rastreamento. A empresa de segurança blockchain Cyvers também colaborou na análise do incidente.

O uso do Tornado Cash é relativamente comum em atividades ilícitas. Por ele, passam fundos originalmente em BTC, ETH e outras criptomoedas promissoras.

Sob sanção dos Estados Unidos desde 2022, o serviço continua a ser uma ferramenta útil para criminosos. Afinal, tem a capacidade de ocultar a origem de recursos.

Por outro lado, especialistas ressaltam que a ferramenta também tem aplicações legítimas ligadas à privacidade. No entanto, o histórico de uso por hackers acabou minando sua credibilidade perante os reguladores.

Analista suspeita de ação de hackers norte-coreanos 

ZachXBT afirmou que a operação apresenta semelhanças com métodos de grupos com origem na Coreia do Norte. Também chamou a atenção a forma como ocorreu a movimentação dos ativos. Afinal, ela repetiu padrões de outros ataques em que hackers do país asiático se envolveram anteriormente.

Aliás, autoridades internacionais têm alertado sobre o financiamento de programas militares norte-coreanos com recursos obtidos em roubos virtuais.

O caso reacende debates sobre a vulnerabilidade de grandes instituições financeiras no setor cripto. Analistas destacam que mesmo empresas com infraestrutura avançada podem se tornar alvos de operações sofisticadas.

O que é o Grupo SBI

O Grupo SBI é um dos maiores conglomerados financeiros do Japão, com atuação em áreas como seguros, gestão de ativos, serviços bancários e criptomoedas. Por outro lado, sua subsidiária SBI Crypto concentra-se em mineração e soluções de infraestrutura em blockchain.

A SBI surgiu como um braço do SoftBank e, desde os anos 2000, opera de forma independente, expandindo sua presença no mercado digital. No entanto, o ataque mostra que o crescimento rápido da integração entre finanças tradicionais e criptoativos traz novos riscos de segurança.

Aliás, esse não é o primeiro caso em que grupos de hackers internacionais conseguem movimentar quantias milionárias explorando protocolos descentralizados. Agora, a expectativa é de que autoridades japonesas e internacionais intensifiquem investigações para rastrear possíveis conexões do incidente.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.