Os 220 maiores detentores da memecoin TRUMP participam do jantar, que já acendeu alerta sobre riscos de influência externa no governo.
Quatro parlamentares norte-americanos, com apoio de organizações civis, convocaram uma coletiva para o dia seguinte.
Outros participantes devem incluir o bicampeão da NBA Lamar Odom e Ogle, conselheiro do World Liberty Financial e fundador da rede Glue.
O presidente dos EUA, Donald Trump, vai receber nesta quarta-feira (22/05) os 220 maiores detentores da memecoin TRUMP em um jantar exclusivo.
O objetivo é promover o token. No entanto, o evento já gerou forte reação no meio político e acendeu alerta sobre possíveis riscos de influência externa.
Quatro parlamentares norte-americanos, com apoio de organizações civis, convocaram uma coletiva para o dia seguinte. O grupo exige a divulgação da lista completa de convidados e a exposição de eventuais promessas ou contrapartidas oferecidas por Trump.
Por fim, o movimento pressiona por maior transparência, principalmente devido ao caráter pseudônimo das transações com criptomoedas. Segundo os críticos, isso pode facilitar o financiamento político por entidades ou indivíduos estrangeiros sem rastreabilidade clara.
Convites foram baseados em ranking de holders de TRUMP
Os participantes do jantar precisaram registrar nome, e-mail, número de telefone e endereço da carteira com seus tokens TRUMP. A seleção usou uma média ponderada do tempo de exposição à criptomoeda entre 23 de abril e 12 de maio.
Além disso, os 25 maiores detentores ganharam acesso a uma recepção VIP ‘ultraexclusiva’ com Trump.
A medida elevou o engajamento da comunidade e impulsionou o volume de transações do token durante a campanha de qualificação.
A estratégia mostra como as memecoins podem servir como ferramenta de mobilização política e de captação de dados. Afinal, a exigência de dados pessoais pode ter implicações legais futuras. Principalmente, se ficar provado que houve troca de favores ou uso indevido das informações coletadas.
Perfis diversos entre os convidados
Embora a lista oficial não tenha sido divulgada, alguns nomes já foram identificados.
Por exemplo, o bilionário chinês Justin Sun, fundador da blockchain TRON, está entre eles. Sun também é um investidor importante do World Liberty Financial, projeto ligado a Trump.
A empresa de análise Arkham identificou uma carteira como sendo pertencente a Sun, com grande quantidade do token TRUMP. Aliás, ela teria passado a acumular ainda mais fundos da moeda após a divulgação do jantar com o presidente.
Há também o caso da blockchain MemeCore, com foco em memes. Seus criadores teriam começado a comprar TRUMP um dia após o anúncio do jantar. O cofundador do projeto, conhecido como ‘Ice’, será seu representante no evento.
Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.
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