María Corina Machado, Nobel da Paz, defende o Bitcoin

A líder da oposição venezuelana, de 58 anos, tem se mostrado uma forte entusiasta do Bitcoin.

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Atualizado em 3 mins read
María Corina Machado, Nobel da Paz, defende o Bitcoin

Resumo da notícia

  • María Corina Machado, vencedora do Nobel da Paz de 2025, já defendeu o Bitcoin publicamente.
  • A líder da oposição venezuelana vê o BTC como uma forma de resistência e reconstrução econômica.
  • A vitória reacendeu o debate sobre o papel das criptomoedas na crise venezuelana.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, María Corina Machado, voltou aos holofotes por outro motivo além da política. A líder da oposição venezuelana, de 58 anos, tem se mostrado uma forte entusiasta do Bitcoin, que considera um instrumento essencial de liberdade econômica.

Machado já afirmou que o BTC se tornou um ‘meio vital de resistência’ diante do colapso financeiro da Venezuela. Além disso, destacou que a criptomoeda já é usada há anos pelos cidadãos para escapar da hiperinflação e das restrições impostas pelo regime de Nicolás Maduro.

Bitcoin como ferramenta de resistência

Em entrevista à Bitcoin Magazine, concedida em setembro de 2024, Machado explicou que o país mergulhou em uma crise prolongada apesar de seus vastos recursos naturais. Segundo ela:

Essa repressão financeira — enraizada no saque patrocinado pelo Estado, no roubo e na impressão desenfreada de dinheiro — aconteceu apesar dos nossos vastos recursos naturais e apesar de um boom do petróleo que atingiu US$ 147 em julho de 2008.

Por isso, ela ressalta que muitos venezuelanos encontraram no Bitcoin uma tábua de salvação, com a moeda passando ‘de uma ferramenta humanitária para um meio vital de resistência’.

Além disso, ela já completou que o ativo digital deve integrar as futuras reservas nacionais, ajudando a ‘reconstruir o que a ditadura roubou’. Por outro lado, não citou outras criptomoedas promissoras.

O debate sobre reservas nacionais de Bitcoin ganhou corpo com os movimentos de congressistas americanos para aprovar uma iniciativa do gênero nos EUA.

Diversos líderes da indústria cripto celebraram a visão de Machado.

Jeff Park, diretor de investimentos da ProCap, afirmou que ‘pela primeira vez na história, o Prêmio Nobel da Paz foi concedido a uma Bitcoiner’. Além disso, Bradley Rettler, da Universidade de Wyoming, destacou que é ‘maravilhoso ver uma vencedora do Nobel entender o Bitcoin como dinheiro de resistência’.

A luta política e o impacto econômico

O Comitê Norueguês do Nobel reconheceu Machado por sua defesa dos direitos democráticos e pela tentativa de transição pacífica para a democracia.

No entanto, sua jornada tem sido marcada por obstáculos. Afinal, Nicolás Maduro, no poder desde 2013, impediu sua candidatura às eleições de 2024, em um pleito considerado não democrático por observadores internacionais.

Já a adoção de criptomoedas na Venezuela não é recente. Com uma inflação descontrolada e sanções severas dos EUA, muitos cidadãos vêm recorrendo ao Bitcoin e ao dólar como forma de preservar o poder de compra.

Hoje, o país vive uma dolarização informal, reflexo direto da falência do bolívar e da busca por estabilidade.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.