Noruega quer proibir temporariamente a mineração cripto

De acordo com um comunicado do governo da Noruega, a proibição entrará em vigor antes do fim deste ano.

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Marta Stephens Editor Marta Stephens Atualizado em 4 mins read
Noruega quer proibir temporariamente a mineração cripto

Resumo da notícia:

  • A Noruega planeja proibir temporariamente a criação de novos centros de dados que mineram criptomoedas.
  • As autoridades acreditam que esse tipo de operação não gera empregos nem contribui para a renda das comunidades locais.
  • Estudo indica que metade da mineração de Bitcoin funciona com fontes de energia renováveis ​​ou de baixo carbono.

A Noruega está considerando uma proibição temporária da mineração de Bitcoin (BTC) no país. Afinal, as autoridades demonstram preocupação com o uso massivo de eletricidade e seu impacto na economia.

De acordo com um comunicado do governo do país nórdico, a proibição entrará em vigor no outono europeu. Portanto, ocorrerá antes do fim deste ano.

Noruega vai pôr fim à criação de centros de dados cripto

Ao longo dos anos, a Noruega, especialmente sua região norte, passou a abrigar diversas empresas de mineração de Bitcoin. Afinal, oferece eletricidade relativamente barata. No entanto, isso está prestes a mudar com a proibição que o país pretende impor em breve.

Segundo a Reuters, a Noruega proibirá temporariamente a instalação de novos data centers que mineram criptomoedas. O foco estará principalmente naqueles cuja tecnologia consome mais energia.

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O objetivo é conservar eletricidade para outras indústrias e até mesmo para uso doméstico. A ministra de Administração Pública e Digitalização da Noruega, Karianne Tung, anunciou que o Partido Trabalhista está empenhado em adotar essa medida.

Além de consumir muita energia, a ministra acredita que a mineração de Bitcoin não contribui muito para a criação de empregos ou renda para a comunidade local.

A pressão da Noruega contra a mineração de criptomoedas já existe há algum tempo. Por isso, o país tem monitorado de perto as operações de data centers dentro de suas fronteiras.

País introduziu lei para o setor em 2024

Em 2024, o país anunciou uma nova legislação para regulamentar o setor de data centers. Na época, Tung observou que essa era a primeira tentativa da Noruega de fiscalizar o setor de mineração de criptomoedas.

A nova legislação exige que os data centers sejam devidamente registrados no país. Para isso, eles devem fornecer informações de seu proprietário e principais gestores. Além disso, precisam listar o tipo de serviços que oferecem.

O cerco aos mineradores de Bitcoin poderia, eventualmente, levá-los a transferir suas operações para outras regiões. No entanto, Tung afirmou que a legislação não visa sufocar a inovação. Segundo ela, o objetivo é determinar se os projetos estão alinhados com suas ambições de infraestrutura.

Agora, a proibição temporária sugere que as autoridades podem ter identificado data centers que não atendem aos seus objetivos nacionais.

Na contramão da Noruega, a França avalia usar energia nuclear para a mineração de criptomoedas. O objetivo é aproveitar o excesso de produção das usinas do país.

Integração de Energia Sustentável

Segundo um estudo da Universidade de Cambridge, pelo menos metade da mineração de Bitcoin é alimentada por fontes de energia renováveis ou de baixo carbono. Para chegar a essa conclusão, a pesquisa cobriu diversas regiões dos Estados Unidos, Noruega, Paraguai, Cazaquistão e Canadá.

A América do Norte ficou em primeiro lugar no estudo. Ou seja, tem as menores emissões de carbono por mineração de Bitcoin entre todas as regiões pesquisadas.

A Universidade de Cambridge avaliou diferentes fontes de energia e pegadas de carbono das mineradoras de Bitcoin. As fontes de energia sustentáveis ​​emergiram como a principal fonte de fornecimento de eletricidade. Afinal, representam mais de 52,4% do total.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.