A Noruega planeja proibir temporariamente a criação de novos centros de dados que mineram criptomoedas.
As autoridades acreditam que esse tipo de operação não gera empregos nem contribui para a renda das comunidades locais.
Estudo indica que metade da mineração de Bitcoin funciona com fontes de energia renováveis ou de baixo carbono.
A Noruega está considerando uma proibição temporária da mineração de Bitcoin (BTC) no país. Afinal, as autoridades demonstram preocupação com o uso massivo de eletricidade e seu impacto na economia.
De acordo com um comunicado do governo do país nórdico, a proibição entrará em vigor no outono europeu. Portanto, ocorrerá antes do fim deste ano.
Noruega vai pôr fim à criação de centros de dados cripto
Ao longo dos anos, a Noruega, especialmente sua região norte, passou a abrigar diversas empresas de mineração de Bitcoin. Afinal, oferece eletricidade relativamente barata. No entanto, isso está prestes a mudar com a proibição que o país pretende impor em breve.
Segundo a Reuters, a Noruega proibirá temporariamente a instalação de novos data centers que mineram criptomoedas. O foco estará principalmente naqueles cuja tecnologia consome mais energia.
O objetivo é conservar eletricidade para outras indústrias e até mesmo para uso doméstico. A ministra de Administração Pública e Digitalização da Noruega, Karianne Tung, anunciou que o Partido Trabalhista está empenhado em adotar essa medida.
Além de consumir muita energia, a ministra acredita que a mineração de Bitcoin não contribui muito para a criação de empregos ou renda para a comunidade local.
A pressão da Noruega contra a mineração de criptomoedas já existe há algum tempo. Por isso, o país tem monitorado de perto as operações de data centers dentro de suas fronteiras.
País introduziu lei para o setor em 2024
Em 2024, o país anunciou uma nova legislação para regulamentar o setor de data centers. Na época, Tung observou que essa era a primeira tentativa da Noruega de fiscalizar o setor de mineração de criptomoedas.
A nova legislação exige que os data centers sejam devidamente registrados no país. Para isso, eles devem fornecer informações de seu proprietário e principais gestores. Além disso, precisam listar o tipo de serviços que oferecem.
O cerco aos mineradores de Bitcoin poderia, eventualmente, levá-los a transferir suas operações para outras regiões. No entanto, Tung afirmou que a legislação não visa sufocar a inovação. Segundo ela, o objetivo é determinar se os projetos estão alinhados com suas ambições de infraestrutura.
Agora, a proibição temporária sugere que as autoridades podem ter identificado data centers que não atendem aos seus objetivos nacionais.
Segundo um estudo da Universidade de Cambridge, pelo menos metade da mineração de Bitcoin é alimentada por fontes de energia renováveis ou de baixo carbono. Para chegar a essa conclusão, a pesquisa cobriu diversas regiões dos Estados Unidos, Noruega, Paraguai, Cazaquistão e Canadá.
A América do Norte ficou em primeiro lugar no estudo. Ou seja, tem as menores emissões de carbono por mineração de Bitcoin entre todas as regiões pesquisadas.
A Universidade de Cambridge avaliou diferentes fontes de energia e pegadas de carbono das mineradoras de Bitcoin. As fontes de energia sustentáveis emergiram como a principal fonte de fornecimento de eletricidade. Afinal, representam mais de 52,4% do total.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.
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