Tether disse discordar ‘veementemente’ da avaliação.
Uma avaliação divulgada pela S&P Global acendeu um sinal de alerta sobre o USDT da Tether. Afinal, ela destacou que a maior stablecoin do mercado corre risco de perder sua paridade caso parte de seus ativos se desvalorize.
Além disso, o relatório apontou que o Bitcoin (BTC), que caiu nas últimas semanas, seria um dos elementos que aumentam a vulnerabilidade do USDT. No entanto, a criptomoeda voltou a subir nesta quinta-feira (27/11), reduzindo a preocupação imediata.
Transparência limitada gera preocupações
A S&P menciona que possíveis limitações à recuperabilidade do USDT da Tether aumentam o risco para os usuários. Por isso, a crítica reacendeu o debate sobre a saúde das stablecoins, consideradas centrais para a infraestrutura cripto.
Hoje em dia, entre as novas criptomoedas, é cada vez mais comum ver stablecoins com lastro em dólar e em outras moedas fiat.
A S&P argumenta que a falta de clareza sobre custodiantes, contrapartes e provedores bancários torna difícil avaliar a real solidez das reservas. Também afirmou que a classificação de estabilidade da stablecoin é ‘fraca’. Segundo a agência:
Uma queda no valor do Bitcoin (…) poderia reduzir a cobertura pelas reservas e levar a uma subcolateralização do USDT.
A Tether afirma que uma grande parte das reservas está em títulos do Tesouro dos EUA e equivalentes em dólares, apesar de uma parte grande em Bitcoin.
No entanto, o relatório destaca outras fragilidades. Por exemplo, ressalta a ausência de segregação de ativos e de um arcabouço regulatório robusto.
Uso massivo do USDT reforça impacto potencial
Os dados mostram o tamanho da exposição global à moeda. Por exemplo, a negociação de USDT nas últimas 24 horas chegou a cerca de US$ 77 bilhões, consolidando-o como a stablecoin mais popular no mundo.
Também vale lembrar que o token serve como ponte para entrada e saída de negociações cripto sem passar pelo sistema bancário.
Investigações de reguladores pressionam a Tether há anos por falta de transparência total sobre suas reservas. No entanto, a empresa afirma estar aberta a uma auditoria independente por uma das quatro maiores firmas de contabilidade do mundo.
Tether rebate e defende histórico
A Tether disse discordar ‘veementemente’ da avaliação da S&P Global:
O USDT opera há mais de uma década e tem mantido resiliência em meio a crises bancárias e volatilidade extrema.
Além disso, a empresa reforçou que nunca recusou um pedido de resgate de usuários verificados.
O CEO Paolo Ardoino publicou no X que não se incomoda com o relatório:
Nós ostentamos seu ódio com orgulho.
Ele também criticou os modelos tradicionais de classificação de risco.
Apesar disso, episódios anteriores mostram que as stablecoins podem, sim, perder sua paridade.
Por exemplo, em 2023, o USDC caiu para US$ 0,87 após problemas ligados ao Silicon Valley Bank. Um ano antes, o colapso da stablecoin UST, do ecossistema Terra, já havia eliminado cerca de US$ 40 bilhões do mercado.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
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