A HIVE Digital Technologies finalizou a Fase 2 do projeto Yguazú no Paraguai, alcançando 18 EH/s e 8,5 BTC diários.
A operação utiliza 200 MW de energia hidroelétrica da Usina de Itaipú, promovendo mineração verde com baixo impacto ambiental.
A empresa planeja atingir 25 EH/s e 12 BTC diários até o feriado de Ação de Graças, com expansão financiada por títulos verdes.
O projeto gera US$ 27 milhões mensais e cria 300 empregos locais, fortalecendo a economia paraguaia.
O setor de mineração de criptomoedas ganhou um impulso significativo na quarta-feira (⅜) com o anúncio de que a HIVE Digital Technologies Ltd. concluiu a Fase 2 de seu ambicioso projeto Yguazú, no Paraguai, antes do cronograma previsto.
A notícia destaca que a empresa alcançou um hashrate global de 18 exahashes por segundo (EH/s). Ela já produz 8,5 BTC por dia (cerca de US$ 953,121 na cotação atual), com o impulso de 200 megawatts (MW) de energia hidroelétrica da Usina de Itaipú.
A atualização sinaliza o progresso rumo à Fase 3, que visa atingir 25 EH/s e 12 BTC diários até o feriado de Ação de Graças nos EUA, em novembro de 2025.
Portanto, esse marco reforça a liderança da HIVE na mineração sustentável. Além disso, posiciona o Paraguai como um hub emergente no mercado cripto global.
Barragem de Itaipú
A barragem de Itaipú, uma das maiores usinas hidroelétricas do mundo, está localizada na fronteira entre Paraguai e Brasil. Sua capacidade de 14.000 MW fornece energia limpa e barata para a operação.
A conclusão da Fase 2 aumentou a capacidade da HIVE de 6 EH/s para 18 EH/s desde a aquisição do site Yguazú em março de 2025. O aumento reflete um investimento estratégico de US$ 150 milhões, financiado em parte por um acordo com a Bitfarms Ltd.
Além disso, o sucesso antecipado demonstra a eficiência da infraestrutura e a vantagem competitiva da energia renovável. Também gera otimismo no setor de mineração, no qual as empresas buscam ganhar as melhores criptomoedas enquanto reforçam a segurança da rede com a atividade.
Projeto Yguazú visa sustentabilidade
O projeto Yguazú, localizado na região de Valenzuela, Paraguai, é parte de uma expansão das operações da HIVE, que conta com instalações no Canadá, Suécia e agora América Latina.
A aquisição do site de 200 MW, concluída em março de 2025, marcou um aumento de 317% na capacidade de mineração da empresa, elevando seu total global para 430 MW até o terceiro trimestre de 2025, conforme comunicados oficiais.
A energia da Itaipú, responsável por 15% do consumo elétrico do Brasil e 90% do Paraguai, oferece custos operacionais significativamente baixos, estimados em US$ 0,03 por kilowatt-hora (kWh), abaixo da média global de US$ 0,10/kWh para mineração.
Portanto, essa vantagem permite à HIVE manter margens de lucro robustas, mesmo com o hashrate global do Bitcoin atingindo 700 EH/s e a dificuldade de rede em 92 quintilhões.
A sustentabilidade é um pilar central do projeto. A HIVE destaca que a energia 100% renovável da Itaipú reduz sua pegada de carbono em 90% em relação a operações que dependem de combustíveis fósseis, alinhando-se às metas globais de neutralidade climática. O posicionamento da empresa também tende a refletir no preço de suas ações. Afinal, a HIVE é uma companhia aberta, e, portanto, essas são ações de criptomoedas.
O Paraguai almeja ter 60% de energia renovável até 2030 sob seu Plano Nacional de Desenvolvimento. Desse modo, beneficia-se economicamente do investimento da HIVE, que criou 300 empregos locais e investiu US$ 10 milhões em infraestrutura comunitária.
Ou seja, a abordagem contrasta com críticas ao setor cripto por seu impacto ambiental, como os 36,5 megatoneladas anuais de CO2 estimadas pelo Digiconomist. Portanto, reforça a narrativa da HIVE como líder em mineração verde.
Avanços técnicos e fase 3
A conclusão da Fase 2 incluiu a instalação de 100.000 novos rigs de mineração ASIC, como o BitmainAntminer S19 XP, que oferecem até 140 terahashes por segundo (TH/s) por unidade.
HIVE has completed its Phase 2 expansion at the Yguazú site in Paraguay ahead of schedule, while also exceeding 18 EH/s of global Bitcoin mining capacity during the past week. 🐝https://t.co/fMJcBBV3sQ
A atualização elevou o hashrate da HIVE de 6 EH/s para 18 EH/s. O salto reflete avanços em eficiência energética e capacidade de resfriamento, otimizados para o clima subtropical do Paraguai.
A produção de 8,5 BTC por dia posiciona a empresa como um dos maiores mineradores independentes. Nesse sentido, ela supera concorrentes como a Riot Platforms, que reportou 7,7 BTC diários em agosto.
Vale lembrar que a energia excedente de 100 MW na infraestrutura Yguazú permite expansão futura, com a Fase 3 projetando 25 EH/s e 12 BTC diários até 27 de novembro de 2025, um aumento de 39% na capacidade.
A Fase 3 envolverá a adição de mais 50.000 rigs e a construção de um data center adicional de 50 MW. A operação será financiada por uma emissão de US$ 75 milhões em títulos verdes.
A meta de 12 BTC diários, equivalente a US$ 1,3 milhão ao preço atual, dependerá da estabilidade da rede Bitcoin e da demanda por energia.
A HIVE planeja integrar inteligência artificial para otimizar o consumo. Portanto, a empresa alinha-se bastante à teses como a do GCUL do Google, previsto para 2026, que pode oferecer novas aplicações para os data centers. Essa expansão reforça a posição da empresa como pioneira em mineração sustentável e tecnológica.
Impulso na economia local
O sucesso da HIVE no Paraguai tem reverberações econômicas significativas. A produção de 8,5 BTC diários contribui com US$ 27 milhões mensais para a economia local, considerando a conversão para dólares via exchanges como Binance.
O governo paraguaio, que exporta 90% da energia da Itaipú, vê na HIVE uma oportunidade de diversificação. Ou seja, em caso de sucesso pode tentar atrair outros mineradores, como a Marathon Digital.
No entanto, o aumento do hashrate global, que cresceu 15% em 2025, pressiona a lucratividade, exigindo inovações contínuas em eficiência.
O Paraguai adota uma abordagem regulatória favorável às criptos, com a Lei 6.919/2022 isentando mineradores de impostos sobre energia até 2027.
Desafios e perspectivas para a HIVE e o Projeto Yguazú
Os desafios incluem a dependência de energia estável de Itaipú, que enfrenta manutenção programada em 2026, e a volatilidade do Bitcoin.
A HIVE busca mitigar isso com contratos de longo prazo e diversificação para inteligência artificial (IA). Apesar disso, a concorrência de pools como F2Pool, com 20% do hashrate global, permanece intensa.
A longo prazo, o projeto Yguazú pode inspirar uma revolução na mineração latino-americana. Com 200 MW já operacionais e 100 MW de potencial de expansão, a HIVE posiciona o Paraguai como rival de hubs como o Texas.
A integração com IA e o uso de energia renovável podem atrair parcerias globais. Assim, solidificaria a liderança da empresa em um mercado cripto de US$ 2,7 trilhões.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Marta Barbosa Stephens é escritora e jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco, com mestrado na PUC São Paulo e pós-graduação em edição na Universidade de Barcelona.
Trabalhou em diversas redações de jornais e revistas no Brasil. Foi repórter de economia no Jornal da Tarde, do grupo O Estado de São Paulo e editora-adjunta de finanças pessoais na revista IstoÉ Dinheiro. Atuou no mercado de edição de livros de finanças em São Paulo e foi, por seis anos, redatora-chefe da revista Prazeres da Mesa (https://www.prazeresdamesa.com.br/), antes de se mudar para Inglaterra.
No Reino Unido, foi editora do jornal Notícias em Português, voltado à comunidade lusófona na Inglaterra.
Escreve e edita sobre o mercado de criptomoedas e tecnologia blockchain desde 2022.
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