Juíza libera US$ 58 mi em criptos de fundador da LIBRA nos EUA

A memecoin LIBRA provocou prejuízos superiores a US$ 250 milhões em fevereiro deste ano.

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Atualizado em 3 mins read
Juíza libera US$ 58 mi em criptos de fundador da LIBRA nos EUA

Resumo da notícia

  • Uma juíza de NY liberou parte das criptos de Hayden Davis.
  • Agora, o fundador da LIBRA pode movimentar tokens mensalmente.
  • No entanto, caso na justiça argentina mantém pressão sobre Davis.
  • Milei encerrou investigações do próprio governo sobre seu envolvimento com a Libra.

Jennifer Rochon, juíza distrital dos EUA em Nova York, suspendeu a ordem que impedia Hayden Davis, criador da memecoin LIBRA, de movimentar grandes quantias em criptos.

A decisão autoriza Davis a acessar US$ 58 milhões em USDC e 500 milhões de tokens LIBRA em parcelas mensais estruturadas.

A memecoin LIBRA provocou prejuízos superiores a US$ 250 milhões em fevereiro deste ano. O escândalo envolveu o presidente da Argentina, Javier Milei, que endossou o projeto antes de que a moeda ruísse, sob alegações de ‘rug pull’.

Fundos em LIBRA de Davis valem US$ 4,7 milhões

Sob a nova decisão judicial, Davis pode transferir 20,8 milhões de tokens LIBRA por mês, além dos ativos já controlados por ele.

No entanto, observadores destacam que os US$ 58 milhões em USDC continuam ‘tecnicamente congelados’, restringindo o acesso imediato à liquidez da stablecoin.

Os 500 milhões de tokens LIBRA têm valor estimado em US$ 4,7 milhões, com base no preço de US$ 0,0094 cada.

Os autores do processo contra Davis, Omar Hurlock e Anuj Mehta, pediram a prorrogação do bloqueio. No entanto, o tribunal rejeitou a solicitação.

Caso na Argentina mantém pressão sobre Davis

Além do processo nos EUA, Davis enfrenta investigações na Argentina. Ele tenta provar que a participação do presidente Javier Milei no lançamento da LIBRA não foi fraudulenta.

Muitos investidores em busca de criptomoedas promissoras colocaram dinheiro no projeto, após o endosso de Milei. Mas acabaram tendo prejuízos milionários.

O desenvolvedor argentino Maximiliano Firtman sugeriu que Davis pode usar transferências de tokens para reforçar a legitimidade do projeto. Também destacou o apoio de Milei, que promoveu a LIBRA como forma de financiar a iniciativa ‘Viva La Libertad’, voltada para pequenos negócios.

Por outro lado, o escritório Burwick Law, responsável pela ação contra Davis nos EUA, cogitou um acordo. Nesse caso, ele poderia direcionar tokens LIBRA para a conta do projeto Viva La Libertad.

Para reforçar sua posição, Davis teria oferecido à juíza argentina María Servini uma transferência de US$ 100 milhões oriundos da venda de tokens. A intenção seria demonstrar boa fé.

Os processos na Argentina revelaram transferências anteriores de US$ 3,7 milhões em criptos feitas por Davis antes do anúncio de Milei.

Mais recentemente, investigadores identificaram que parte dos fundos ligados à rede de Milei foi movimentada para evitar bloqueios. Mas descobriram também que uma das pessoas associadas a essa rede era fictícia.

Milei encerrou investigações contra si mesmo

Na Argentina, Javier Milei vem trabalhando para enterrar o caso Libra, buscando se recuperar do abalo que o escândalo teve sobre sua imagem.

Em maio, Milei encerrou uma força-tarefa sobre o caso, que havia sido criada pelo próprio governo. Aliás, na ocasião, não houve a divulgação dos resultados da investigação, o que gerou críticas da oposição.

Em junho, o Gabinete Anticorrupção (OA) do Ministério da Justiça da Argentina, decidiu que o presidente não feriu a lei ao promover a criptomoeda.

No entanto, essas foram decisões do poder executivo. Enquanto isso, processos judiciais seguem em aberto no país e têm Milei como um dos alvos.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.