O Blockchain Rio se consolidou como o maior evento B2B da América Latina para cripto e Web3.
O CEO do evento, Francisco Carvalho, afirma que ele dobrou de tamanho e já conecta Brasil, Uruguai, México e outros países da região.
A organização realiza 30 eventos por ano no Brasil para descentralizar o acesso à tecnologia blockchain.
Presença de Gabriel Galípolo (Banco Central) reforça o amadurecimento e o diálogo institucional no setor.
O Blockchain Rio 2025 confirmou o que já era esperado pelos entusiastas e profissionais do setor: o evento é hoje um dos principais hubs de inovação cripto e blockchain da América Latina.
Durante a primeira tarde da edição deste ano, nesta quarta-feira (6/8) no Rio de Janeiro, Francisco Carvalho, CEO e idealizador do projeto, conversou com a reportagem do Coinspeaker. Ele revelou que o encontro dobrou de tamanho mais uma vez, consolidando-se como a principal porta de entrada para projetos estrangeiros no mercado latino-americano.
Segundo Carvalho, o crescimento do evento reflete não só o aumento do interesse institucional e do público em geral, mas também o amadurecimento do ecossistema de blockchain no Brasil e na América Latina:
O evento vem se superando a cada ano, dobrando de tamanho praticamente. Esse é o melhor ano. Não só o evento, é um reflexo do amadurecimento do mercado.
A edição de 2025 contou com a presença de mais de 30 empresas novas no Brasil — muitas delas entrando no continente latino-americano — e um número recorde de delegações internacionais. Segundo o CEO, ‘tem muita gente realmente de fora participando, tanto palestrante quanto participante’.
Gabriel Galípolo no Blockchain Rio
Uma das presenças marcantes foi a de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC). Ele abriu o evento com uma fala sobre o Drex e os planos do órgão para ampliar o uso de ativos digitais no país. A fala é importante em um momento em que surgem diversas novas criptomoedas e o setor ganha cada vez mais força.
A participação de Galípolo foi destacada por Carvalho como parte de um esforço ativo da organização para aproximar os formuladores de políticas públicas do ecossistema inovador que se forma em torno da Web3.
Para o CEO, o Blockchain Rio se consolidou como uma plataforma ativa de conexões estratégicas. Ele enfatizou que o papel do evento vai além da realização de palestras e painéis:
A gente tem um trabalho proativo, de viajar, de estar nos maiores eventos do mundo, de conectar pessoas lá fora e trazer para a Latam, não só para o Brasil.
Essa atuação ativa de diplomacia empresarial tem gerado resultados visíveis. Hoje, segundo Francisco, o Blockchain Rio é o maior evento B2B da América Latina voltado à indústria blockchain.
Edição 2025
Além disso, um dos diferenciais da edição 2025 é a ampliação do foco regional, com delegações vindas de países que vão do Uruguai ao México. Para atender a esse público, o evento criou um palco totalmente em espanhol, com programação dedicada aos mercados latino-americanos e ao restante do mundo. De acordo com Carvalho:
Nosso olhar é para a Latam. A gente quer conectar a América Latina com o resto do mundo. Esse é o objetivo.’
A estratégia faz sentido. O mercado latino-americano, com mais de 600 milhões de pessoas, alta penetração de internet e moedas locais frequentemente frágeis frente ao dólar, tem sido fértil para soluções descentralizadas e digitais.
O uso de stablecoins, o crescimento do Bitcoin como reserva informal de valor e a explosão de fintechs tokenizadas são apenas alguns dos sinais desse movimento. Até mesmo o Congresso discute a adoção de uma reserva de Bitcoin pelo Banco Central.
Nesse cenário, o Blockchain Rio atua como facilitador entre oferta e demanda. Afinal, grandes empresas de infraestrutura blockchain — como Polygon, Solana, Avalanche, BNB Chain e Chiliz — participaram ativamente da feira. Também estiveram presentes dezenas de startups locais, plataformas de tokenização, bancos, reguladores e representantes de governos estaduais.
Carvalho revelou que o Blockchain Rio faz parte de um calendário maior de eventos ao longo do ano. Em 2025, o grupo organizador prevê a realização de 30 eventos em diferentes cidades do Brasil.
O Blockchain Rio é o maior encontro, mas a gente faz outros eventos pelo Brasil inteiro. Já foram 25 este ano.
O objetivo é descentralizar o acesso à tecnologia e criar oportunidades em diversas regiões do país.
Para o CEO, o momento atual representa uma janela rara de oportunidade. Afinal, ‘é um momento de muita oportunidade para todo mundo — para empresas, para pessoas’.
Regulação e colaboração
Outro ponto importante destacado por Carvalho é a abertura da organização para colaborar com novos projetos e empreendedores. Ele convidou o público a seguir as redes sociais do Blockchain Rio e a acompanhar a agenda de eventos ao longo do ano:
A gente está muito aberto a receber todo mundo.
O tom da conversa foi otimista, mas pragmático. O CEO reconhece que o setor ainda enfrenta desafios — especialmente no campo da regulação, da educação financeira e da interoperabilidade técnica. No entanto, vê sinais concretos de avanço.
O amadurecimento é visível. O mercado está mais profissional, mais estruturado, mais conectado.
De fato, a edição 2025 do Blockchain Rio contou com uma curadoria técnica mais refinada, com trilhas específicas sobre ativos do mundo real (RWA), identidade digital, pagamentos instantâneos, stablecoins, DeFi, DAOs e inteligência artificial (IA) aplicada a contratos inteligentes.
Blockchain Rio vira vitrine
O evento também se posicionou como vitrine para projetos de impacto social e inclusão digital. Hackathons, oficinas e atividades educacionais buscaram aproximar jovens de comunidades do Rio ao universo blockchain. O engajamento com escolas públicas e instituições de ensino técnico reforça a ideia de que a tecnologia pode — e deve — ser ferramenta de mobilidade social.
No aspecto institucional, a aproximação com o BC e com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é vista como estratégica. As falas de Gabriel Galípolo (BC) e João Pedro Nascimento (CVM) indicam uma postura mais aberta e colaborativa dos reguladores, algo que há poucos anos seria impensável. A regulação da tokenização de ativos, das stablecoins e das plataformas de negociação avança, ainda que lentamente.
Portanto, o Blockchain Rio 2025 mostrou que o ecossistema está mais maduro, mais robusto e com ambições globais. O evento, que começou como uma conferência técnica regional, agora é um ponto de convergência para a nova economia digital latino-americana.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Marta Barbosa Stephens é escritora e jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco, com mestrado na PUC São Paulo e pós-graduação em edição na Universidade de Barcelona.
Trabalhou em diversas redações de jornais e revistas no Brasil. Foi repórter de economia no Jornal da Tarde, do grupo O Estado de São Paulo e editora-adjunta de finanças pessoais na revista IstoÉ Dinheiro. Atuou no mercado de edição de livros de finanças em São Paulo e foi, por seis anos, redatora-chefe da revista Prazeres da Mesa (https://www.prazeresdamesa.com.br/), antes de se mudar para Inglaterra.
No Reino Unido, foi editora do jornal Notícias em Português, voltado à comunidade lusófona na Inglaterra.
Escreve e edita sobre o mercado de criptomoedas e tecnologia blockchain desde 2022.
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