Chinesa é condenada após maior apreensão de Bitcoin da história

Entre 2014 e 2017, Qian liderou um golpe que enganou mais de 128.000 pessoas na China.

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Atualizado em 3 mins read
Chinesa é condenada após maior apreensão de Bitcoin da história

Resumo da notícia

  • Justiça britânica condenou Zhimin Qian após maior apreensão de Bitcoin do mundo.
  • Mais de 61.000 BTC, avaliados em US$ 6,7 bilhões, foram recuperados pela polícia.
  • Esquema de fraude envolveu mais de 128.000 vítimas na China entre 2014 e 2017.

A justiça britânica condenou Zhimin Qian, também conhecida como Yadi Zhang, após anos de investigações sobre um esquema de fraude bilionário.

A operação levou à maior apreensão de criptomoedas já registrada, com mais de 61.000 BTC avaliados em US$ 6,7 bilhões em valores atuais.

Golpista enganou 128 mil pessoas na China

Entre 2014 e 2017, Qian liderou um golpe que enganou mais de 128.000 pessoas na China, desviando valores que, depois, comverteu em Bitcoin. Não ficou claro se ela chegou a usar outras criptomoedas promissoras no esquema.

No entanto, a acusada passou cinco anos foragida até sua prisão no Reino Unido. Segundo a polícia, ela usava documentos falsos e tentou lavar parte do dinheiro por meio da compra de imóveis.

A advogada de defesa afirmou que o reconhecimento de culpa busca trazer algum alívio às vítimas. Também alegou que a valorização do Bitcoin garante recursos suficientes para compensar os investidores.

Mas o governo britânico pode reter parte dos valores. Portanto, há dúvidas sobre a devolução integral dos fundos para as vítimas.

Comparsa também tinha milhões em Bitcoin

O caso exigiu cooperação internacional e sete anos de apurações sobre uma rede global de lavagem de dinheiro. Por isso, a detenção de Qian foi considerada um marco pelo comando de crimes econômicos da polícia britânica.

Ficou comprovado que ela contou com apoio de Jian Wen, uma ex-trabalhadora de restaurante, condenada a seis anos e oito meses de prisão. Wen chegou a viver em uma mansão de alto padrão em Londres e adquiriu imóveis em Dubai avaliados em mais de £500.000.

Por isso, a promotoria informou o confisco de mais de £300 milhões em Bitcoin da comparsa de Qian.

Quem é Zhimin Qian

Na China, Qian era vista como uma espécie de ‘deusa da riqueza’. Segundo a mídia local, citada pela BBC, muitos investidores tinham entre 50 e 75 anos. Eles teriam caído no esquema por meio de indicações de amigos ou familiares.

As autoridades destacam que casos como este revelam como as criptomoedas podem servir para ocultar ganhos ilícitos. Também reforçam a necessidade de regras mais rígidas para rastrear e recuperar ativos digitais em operações transnacionais.

Além disso, a condenação reacende debates sobre segurança no mercado cripto e a importância de medidas contra fraudes. Segundo especialistas, as reformas legais no Reino Unido já buscam facilitar a apreensão e a devolução de ativos digitais.

No entanto, o caso ainda terá novos desdobramentos. Afinal, a sentença final de Qian deve vir em outra etapa do julgamento, que envolve mais cúmplices do esquema.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.