EUA concedem licença à plataforma de apostas com criptomoedas Polymarket

A aprovação marca um avanço nos mercados de previsão cripto.

Marta Stephens By Marta Stephens Flavio Aguilar Edited by Flavio Aguilar Atualizado em 5 mins read
EUA concedem licença à plataforma de apostas com criptomoedas Polymarket

Resumo da notícia

  • A CFTC aprovou as operações da plataforma de previsões Polymarket nos EUA.
  • A empresa volta a ter sede no país após a aquisição da QCEX por US$ 112 milhões.
  • A legitimação pode atrair bilhões em investimentos, posicionando a Polymarket como líder em mercados de previsão.

A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) anunciou na quarta-feira (3/8) que concedeu oficialmente à Polymarket, plataforma de apostas descentralizadas, a aprovação para operar no país.

Ou seja, agora a plataforma de previsão que usa criptomoedas e opera na Polygon pode atuar de forma legítima nos Estados Unidos. A notícia marca um momento histórico para a empresa, que retorna ao mercado doméstico após anos de operações offshore.

Afrouxamento regulatório nos EUA

A aprovação reflete uma mudança significativa na postura da CFTC, que agora enxerga esses mercados como uma ‘nova fronteira’ viável. Portanto, não apenas as melhores criptomoedas recebem espaço nos EUA por meio de regulação não proibitiva, como também as apostas em blockchain.

Segundo o anúncio, a CFTC resolveu adotar:

‘Uma posição de não-ação em relação às regulamentações de relatórios e registros de dados de swap para contratos de eventos, em resposta a uma solicitação da QCX LLC, um mercado de contratos designado, e da QC Clearing LLC, uma organização de compensação de derivativos.

Ou seja, a aprovação se dá após a aquisição da QCEX pela Polymarket, por US$ 112 milhões, em 2024.

A QCEX já tinha uma licença da CFTC. Por isso, o negócio permitiu à Polymarket cumprir os rigorosos requisitos regulatórios dos EUA, que incluem a conformidade com contratos de eventos e procedimentos de mercado.

O longo caminho da Polymarket

A jornada da Polymarket rumo à aprovação nos EUA foi marcada por desafios regulatórios significativos. Fundada em 2020 pelo atual CEO, Shayne Coplan, a plataforma ganhou notoriedade por permitir que usuários apostassem em resultados de eventos globais, como eleições e desastres naturais, usando criptomoedas.

Em janeiro de 2022, a CFTC impôs uma multa de US$ 1,4 milhão e uma ordem de cessar e desistir devido à falta de registro como Swap Execution Facility. Por isso, fez a empresa ter que operar offshore, principalmente em Cingapura, até 2024.

A aquisição da QCEX, uma exchange e clearinghouse licenciada, resolveu essas questões, alinhando a Polymarket às normas do Commodity Exchange Act (CEA).

A mudança foi impulsionada por uma política mais favorável sob a liderança da presidente interina da CFTC, Caroline Pham. Em 2024, ela chamou os mercados de previsão de ‘uma fronteira nova e importante’, sinalizando uma ruptura com a hostilidade anterior.

Momento oportuno

O retorno ao mercado americano ocorre em um bom momento para a Polymarket. Afinal, em 2024, ela registrou US$ 3,3 bilhões em apostas na eleição presidencial dos EUA, que teve como candidatos Donald Trump e Kamala Harris.

A aprovação da CFTC valida o modelo de negócio da empresa, que combina blockchain e contratos de eventos para oferecer previsões baseadas em mercado.

A integração com a infraestrutura da QCEX, que inclui isenções de certas exigências de divulgação e procedimentos de conformidade, permite à Polymarket operar com eficiência.

Além disso, a presença de Nate Silver, fundador da FiveThirtyEight e advisor da Polymarket desde 2024, adiciona credibilidade.

Por isso, a novidade pode inspirar outras plataformas a expandir suas operações reguladas.

Coplan comemorou a aprovação no X:

‘A Polymarket recebeu o sinal verde da CFTC para entrar em operação nos EUA. Agradecimentos à Comissão e à Equipe pelo trabalho impressionante. Este processo foi concluído em tempo recorde.

O que muda com o aval da CFTC?

A aprovação pela CFTC oferece à Polymarket algumas vantagens estratégicas. Agora, a empresa conta com uma estrutura operacional legítima nos EUA, incluindo isenções de dados e um caminho claro para expansões futuras, como a adição de novos tipos de contratos.

Isso contrasta com a abordagem offshore anterior, que enfrentou bloqueios em países como Polônia, Singapura e Suíça em 2024-2025 devido a restrições de jogos de azar.

A presença nos EUA, o maior mercado financeiro do mundo, permite à plataforma de apostas acessar uma base de milhões de investidores cripto e competir com plataformas como a Kalshi.

A volatilidade política, com figuras como Donald Trump promovendo criptos desde sua posse em 2025, pode influenciar a regulação para os extremos no caso de uma mudança de governo. No entanto, até o momento, o cenário é bastante amigável.

Por isso, a permissão para a Polymarket operar nos EUA marca um novo capítulo para os mercados de previsão cripto, legitimando a plataforma como um player global.

Com a aquisição da QCEX e um ambiente regulatório mais favorável, a empresa de apostas está pronta para atrair capital institucional e expandir sua influência. Apesar de desafios e controvérsias, esse marco reforça a integração da cripto na economia tradicional, moldando o futuro financeiro em 2025 e além.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Marta Stephens

Marta Barbosa Stephens é escritora e jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco, com mestrado na PUC São Paulo e pós-graduação em edição na Universidade de Barcelona. Trabalhou em diversas redações de jornais e revistas no Brasil. Foi repórter de economia no Jornal da Tarde, do grupo O Estado de São Paulo e editora-adjunta de finanças pessoais na revista IstoÉ Dinheiro. Atuou no mercado de edição de livros de finanças em São Paulo e foi, por seis anos, redatora-chefe da revista Prazeres da Mesa (https://www.prazeresdamesa.com.br/), antes de se mudar para Inglaterra. No Reino Unido, foi editora do jornal Notícias em Português, voltado à comunidade lusófona na Inglaterra. Escreve e edita sobre o mercado de criptomoedas e tecnologia blockchain desde 2022.