Operação Edbox investiga esquema de investimentos falsos que movimentou mais de R$1 bilhão.
Grupo usava plataforma virtual para enganar vítimas e bloquear saques.
Líderes do esquema são estrangeiros e lavavam dinheiro via cripto e exportações.
A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Dourados (MS), na quarta-feira (3/9), contra investigados em um golpe bilionário com criptomoedas.
As ações fazem parte da operação Edbox, coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal.
Além disso, a polícia cumpriu outros 19 mandados de busca e apreensão e 3 de prisão temporária em São Paulo, Guarujá, Boa Vista, Curitiba e Entre Rios. Segundo a polícia, o golpe movimentou mais de R$ 1 bilhão no ano passado.
Golpe enganava vítimas com falsa plataforma
A polícia não revelou se os criminosos lavavam o dinheiro usando Bitcoin (BTC) ou outras criptomoedas promissoras.
O esquema se baseava em uma plataforma virtual chamada Edbox, apresentada por um falso doutor em economia. As vítimas eram convencidas a investir valores altos com promessas de retornos expressivos.
Em seguida, os criminosos exigiam uma caução de 5% para a suposta liberação dos fundos. Afinal, eles alegavam que a plataforma estava bloqueada pela Polícia Federal e que os saques só ocorreriam após esse pagamento extra.
Por fim, os responsáveis pelo golpe tiraram a plataforma do ar, deixando prejuízos às vítimas. Aliás, em um dos casos, no Distrito Federal, uma única vítima perdeu R$ 450 mil.
Rede criminosa tinha atuação nacional
A investigação revelou mais de 400 denúncias em sites de reclamação desde abril de 2024.
Os líderes do esquema são chineses que moram na região central de São Paulo. Eles recrutavam brasileiros para recrutar vítimas em grupos de mensagens e recebiam pagamentos em criptomoedas.
Os golpistas lavavam o dinheiro por meio da compra de criptoativos, créditos de carbono e exportação de alimentos de Boa Vista (RR) para a Venezuela. Uma única empresa ligada ao grupo movimentou mais de R$ 1 bilhão em 2024.
Agora, os envolvidos responderão por estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Os esquemas criminosos envolvendo criptomoedas têm se tornado uma fonte de dor de cabeça em todo o mundo. Recentemente, a polícia do Reino Unido descobriu um golpe que usava a morte do jogador Diogo Jota para roubar criptomoedas.
Um relatório da Chainalysis de janeiro deste ano colocou os golpes de falsos investimentos entre os mais bem-sucedidos.
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Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.