A criptomoeda atingiu sua mínima nos últimos sete meses.
Na visão de André Franco, CEO da Boost Research, existe uma crescente aversão ao risco por parte dos investidores.
As expectativas de que a Fed reduzisse as taxas em dezembro caíram para menos de 50%, segundo o mercado.
O mercado global de criptoativos iniciou a semana sob forte pressão, e o Bitcoin despencou abaixo de US$ 90 mil. A criptomoeda atingiu sua mínima nos últimos sete meses.
A queda de quase 30% em relação à máxima histórica acima de US$ 126 mil alcançada em outubro reflete um conjunto de fatores macroeconômicos adversos, instabilidade técnica e um esfriamento evidente da demanda institucional.
O que está derrubando o Bitcoin?
Na visão de André Franco, CEO da Boost Research, a crescente aversão ao risco por parte dos investidores, em meio a incertezas sobre cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed), está pesando sobre os ativos de maior volatilidade, como o Bitcoin.
As expectativas de que a Fed reduzisse as taxas em dezembro caíram para menos de 50%, segundo o mercado e comentários especializados. Ou seja, a incerteza econômica nos EUA gerou um sentimento de cautela considerável. E o mercado não gosta de trabalhar com incertezas, especialmente em ativos de risco como as melhores criptomoedas.
Simultaneamente, os ETFs de Bitcoin à vista registraram retiradas líquidas de cerca de US$ 2,5 a US$ 3 bilhões em novembro, segundo relatório da IG Markets. Segundo Franco:
Os ETFs de Bitcoin à vista registraram saídas líquidas de aproximadamente US$ 2,8 bilhões em novembro, sinalizando uma diminuição do apetite institucional no curto prazo’.
Apesar do sentimento de ‘medo extremo’ no mercado, dados on-chain mostram que as ‘baleias’ (grandes investidores) e algumas instituições, como a Strategy, continuam a acumular Bitcoin, aproveitando os preços mais baixos. Portanto, o sentimento de quem já está há mais tempo no mercado é de ‘promoção’.
Alguns investidores, por meio de redes sociais, brincam com o fato de a queda ser próxima à Black Friday. Ou seja, o sentimento — ao menos de parte da comunidade cripto — é de que o Bitcoin está com um desconto em relação ao restante do ano.
A faixa de oscilação provável no curto prazo situa-se entre US$ 89 mil e US$ 95 mil. Há a possibilidade de novas quedas, caso o cenário macroeconômico piore ou a pressão vendedora se intensifique.
Cenário técnico e próximos níveis
Com o Bitcoin abaixo de US$ 90 mil, analistas técnicos colocam as faixas de suporte mais prováveis entre US$ 89 mil e US$ 95 mil. Em caso de continuidade da pressão, o próximo suporte relevante pode estar entre US$ 80 mil e US$ 75 mil, um cenário alarmante se os fluxos institucionais continuarem negativos e o ambiente macro piore.
Por outro lado, uma recuperação exigiria que o Bitcoin conseguisse retomar a região dos US$ 100 mil-US$ 106 mil, acompanhado de fluxos positivos de ETFs e melhora nas expectativas de redução da taxa de juros norte-americana — fatores que hoje parecem ainda distantes.
De fato, o mercado cripto enfrenta uma encruzilhada. O Bitcoin perdeu ganhos de um ano inteiro e atua sob forte pressão, com incertezas macro acentuadas e investidores institucionais saindo.
Conforme registrado por André Franco, o momento exige atenção e paciência. Portanto, pode ser hora de observar se o suporte segura ou cede à próxima onda de liquidez. Se o cenário piorar, o Bitcoin pode testar níveis bem mais baixos. No entanto, se houver sinais de retomada, a queda poderá representar uma oportunidade de ‘reset’ para uma nova perna de alta.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Leonardo Cavalcanti é jornalista especializado em criptomoedas, blockchain e finanças digitais. Além de tocar projetos próprios como o podcast BlockHistory. Também trabalha em desenvolvimento de negócios no ecossistema cripto como parceiro comercial Azify, com foco em parcerias estratégicas, tokenização e soluções de infraestrutura financeira.
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