Congresso americano aprovou o fim da paralisação do governo dos EUA.
Governo federal dos EUA retomou operações depois de 42-43 dias de paralisação.
Para André Franco, CEO da Boost Research, esse quadro gera um 'ambiente favorável' para o Bitcoin.
Os mercados globais registraram uma leve alta nesta quinta-feira após o anúncio de que o Congresso americano aprovou o fim da paralisação do governo dos EUA, a mais longa da história do país.
O movimento renovou parte do apetite por risco, ao mesmo tempo em que o dólar e os rendimentos dos títulos norte-americanos continuam exercendo influência restritiva sobre ativos como o Bitcoin (BTC).
De acordo com dados da imprensa internacional, o governo federal dos EUA retomou operações depois de 42-43 dias de paralisação, em votação que encerrou o shutdown recorde. Esse desenlace ajudou a reduzir o grau de incerteza institucional nos mercados, favorecendo tanto os ativos de risco quanto os fluxos de liquidez global.
Em paralelo, relatório de Reuters documentou que, com o fim do impasse orçamentário, os investidores voltaram a monitorar com atenção o cenário de emprego, atividade e política monetária.
Ambiente está favorável para o BTC
Para André Franco, CEO da Boost Research, esse quadro gera um ‘ambiente favorável’ para o Bitcoin, além de beneficiar as melhores criptomoedas, ainda que com limitações. Ele pontua que os dados econômicos recentes dos EUA sugerem uma economia resistente, o que ajuda a sustentar a liquidez .
Conforme suas palavras, o Bitcoin está cotado em torno de US$ 102 mil, com expectativa de curto prazo ‘levemente positiva’.
Ele estima que a faixa provável de oscilação esteja entre US$ 98 mil e US$ 105 mil, com potencial de rompimento para cima caso surjam fluxos fortes ou catalisadores positivos. Por outro lado, se o dólar se estabilizar ou houver notícia adversa, o BTC pode recuar para a faixa de US$ 95 mil – 98 mil.
Do lado macro, outros indicadores reforçam o contexto. O rendimento dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) regressou a níveis que pressionam ativos de risco; o dólar segue próximo de máximas recentes, o que torna mais custosa a alocação em criptoativos denominados em dólares.
Para o Bitcoin, essa combinação representa uma dualidade. De um lado, há fatores positivos como a retomada institucional, maior liquidez e retomada parcial de confiança de investidores em risco.
Do outro lado, há impedimentos como dólar forte, rendimentos elevados e ausência de sinal claro de cortes de taxa de juros pelo Federal Reserve. A leitura de Franco é que o mercado está num momento de acomodação: não em alta explosiva, mas em preparo para o próximo catalisador.
Em termos práticos, isso significa que o Bitcoin pode ficar numa zona de consolidação. Se o dólar recuar e/ou houver anúncio de política monetária mais acomodatícia, o mercado poderá romper para cima.
Mas se o dólar continuar a se fortalecer ou surgir algum choque negativo. Por exemplo, surpresa no emprego ou inflação acima do esperado, então o suporte em US$ 95 mil -98 mil poderá vir a ser testado.
O fim do shutdown americano pesa positivamente porque elimina um fator de instabilidade. Apesar disso, não elimina os condicionantes monetários que, tradicionalmente, direcionam o comportamento das criptomoedas.
A taxa de câmbio do dólar, os rendimentos dos títulos de longo prazo e as expectativas sobre os cortes de juros seguem como variáveis-chave.
Recentemente, as apostas de que o Fed poderia cortar juros em dezembro recuaram, o que, por consequência, reduz o impulso para ativos de risco como o Bitcoin.
É também relevante notar que, para fundos institucionais e investidores sofisticados, o apetite por criptomoedas está cada vez mais condicionado ao ‘benchmark’ macro: dólar fraco, liquidez alta e sinais de política monetária frouxa.
Investidores podem ser mais cautelosos
Com o dólar ainda firme, esses investidores podem adotar postura mais cautelosa, preferindo aguardar confirmação de tendência antes de ampliar exposição ao BTC.
Esse comportamento reforça o que se vê: liquidez existe, fluxo existe, mas o ‘gatilho’ para um rali está em falta e a volatilidade continuará elevada.
No horizonte imediato, os investidores observarão com atenção os próximos relatórios de emprego dos EUA, os índices de atividade econômica e as comunicações do Fed.
Qualquer dado que sugira arrefecimento da economia pode beneficiar criptoativos, ao alimentar a expectativa de cortes de taxas.
Por outro lado, indicadores que reforcem a força econômica americana podem fortalecer o dólar e limitar o avanço do Bitcoin. Em paralelo, uma queda nos rendimentos dos Treasuries também pode dar fôlego para que o BTC rompa acima da faixa projetada.
Para o mercado de criptomoedas, portanto, a semana se consolida como um momento decisivo de transição: as incertezas reduzem-se, mas os motores da alta — dolarização, liquidez, política monetária — continuam em pausa ou com hidratação limitada.
O Bitcoin não está ‘em rompimento total’, mas está num pavimento de preparação — aguardando sinais que permitam a próxima tonalidade do movimento.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Leonardo Cavalcanti é jornalista especializado em criptomoedas, blockchain e finanças digitais. Além de tocar projetos próprios como o podcast BlockHistory. Também trabalha em desenvolvimento de negócios no ecossistema cripto como parceiro comercial Azify, com foco em parcerias estratégicas, tokenização e soluções de infraestrutura financeira.
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