A memecoin YZY, associada a Kanye West, enfrenta alegações de ser um possível esquema fraudulento.
Os termos da YZY incluem uma cláusula de renúncia a ações coletivas e a exigência de pagamento de custos legais pelos investidores.
O gráfico compartilhado no post mostra um pico seguido por uma queda drástica, sugerindo um possível esquema de 'pump and dump'.
A memecoin YZY, associada ao nome do rapper e produtor Kanye West, tem sido alvo de acusações de ser um possível golpe, desencadeando debates entre investidores, analistas e fãs.
Um post recente no X, feito pelo perfil @PixOnChain, trouxe à tona detalhes preocupantes sobre os termos de uso da moeda. Eles incluem uma cláusula que impede ações coletivas contra os responsáveis. Além disso, o perfil traz um gráfico que mostra uma queda acentuada em seu valor.
> be kanye > drop a coin > bury a CLASS ACTION WAIVER in the terms > “you can’t sue me” > “you can’t join a lawsuit against me” > “if you try, you owe me lawyer money lol” > even adds a 30-day opt-out > 32 people now sitting on $200k+ losses each > starting to see why he added… https://t.co/GsxXRcX4o1pic.twitter.com/8CchWyghC2
Com o volume de negociação ultrapassando US$ 200 milhões, a situação levanta questões sobre a transparência e a segurança financeira para quem investiu na criptomoeda.
Moeda de Kaye West gera suspeita de ‘pump and dump’
Apesar de existirem melhores memecoins para se investir em 2025, e com grandes potenciais de ganhos, há outras que são perigosas. Esse pode ser o caso de muitas memecoins que recebem o endosso de celebridades.
A YZY inicialmente animou os seguidores de Kanye West e entusiastas de memecoins, mas parece seguir um padrão familiar em outras memecoins. Ou seja: um lançamento hypado seguido por volatilidade extrema.
O gráfico compartilhado no publicação mostra uma alta repentina, seguida por uma queda drástica. Portanto, gera suspeitas de manipulação de mercado, ou ‘pump and dump’, uma prática em que criadores ou insiders inflacionam artificialmente o preço antes de vender suas participações, deixando os investidores comuns com perdas significativas.
O post não fale explicitamente em golpe. No entanto, os termos de uso sugerem que os investidores podem estar em uma posição vulnerável.
Termos de uso controversos
O texto extraído da plataforma Meteora, onde a YZY é negociada, inclui uma cláusula de renúncia a ações coletivas (class action waiver). De acordo com o documento, os usuários concordam em não participar de ações judiciais coletivas contra as partes envolvidas, como desenvolvedores ou promotores da moeda.
Além disso, a cláusula exige que os investidores paguem as taxas e custos legais incorridos pelas partes cobertas caso tentem buscar alívio injuntivo para interromper tais ações.
Essa disposição não apenas limita os direitos dos investidores de se unir para processar o projeto, mas também impõe barreiras financeiras significativas para quem buscar justiça individualmente.
O texto também menciona que os investidores podem optar por sair dessas disposições de resolução de disputas, mas apenas se enviarem uma notificação por escrito dentro de 30 dias após o primeiro acesso ao site.
Para muitos, essa janela é considerada insuficientemente curta, especialmente considerando que a maioria dos investidores pode não ler ou entender completamente os termos antes de entrar no mercado.
Essa falta de clareza levanta dúvidas sobre as intenções por trás da estrutura legal da YZY, sugerindo que ela pode ter sido projetada para proteger os criadores em detrimento dos usuários.
Caso segue o roteiro de outras memecoins
As memecoins, como Dogecoin e Shiba Inu, ganharam popularidade nos últimos anos, devido ao seu potencial de ganhos e apelo ao humor. A YZY segue essa tendência, mas capitalizando o nome de Kanye West, uma celebridade global conhecida por sua influência na moda, música e cultura pop.
No entanto, a associação com uma figura de alto perfil não garante legitimidade. Na realidade, é ao contrário. Historicamente, projetos cripto ligados a celebridades frequentemente enfrentam escrutínio. Por exemplo, é o caso do rapper Akon e sua criptomoeda Akoin, que também foi acusada de promessas exageradas sem entrega substancial.
A volatilidade exibida no gráfico da YZY reforça as preocupações. Após um pico impressionante, o preço caiu drasticamente, um padrão que especialistas em criptomoedas associam a esquemas de ‘pump and dump’.
Nesses cenários, os criadores ou um grupo seleto de investidores iniciais compram grandes quantidades da moeda a preços baixos, promovendo-a agressivamente para atrair compradores.
Então, uma vez que o preço atinge um pico, eles vendem suas participações. Desse modo, causam uma queda abrupta que prejudica os investidores de varejo que entraram tarde.
Comunidade tem reações mistas
Nas redes sociais, a reação ao post de @PixOnChain foi mista. Alguns usuários expressaram frustração, acusando os responsáveis pela YZY de explorar a base de fãs de Kanye West.
‘Isso cheira a golpe. Kanye precisa se pronunciar’, escreveu um usuário no X. No entanto, outros defenderam a moeda, argumentando que a volatilidade é comum em memecoins e que os investidores deveriam ter feito sua própria pesquisa antes de entrar.
Até o momento, Kanye West não fez comentários públicos sobre a YZY e as alegações de golpe. A ausência de uma declaração oficial amplifica as especulações, deixando os investidores sem uma fonte confiável para esclarecer a situação.
Fontes próximas ao artista sugeriram que ele pode não estar diretamente envolvido no projeto. Ou seja, isso levantaria a possibilidade de que seu nome esteja sendo usado sem consentimento.
Riscos e lições para investidores
O caso da YZY serve como um lembrete dos riscos inerentes aos investimentos em criptomoedas, especialmente em memecoins impulsionadas pelo hype.
Diferentemente de moedas como Bitcoin ou Ethereum, que têm fundamentos tecnológicos e casos de uso estabelecidos, memecoins frequentemente dependem de marketing e um time robusto. Já as melhores memecoins de 2025 entregam potencial de ganho, mas não necessariamente são golpes.
Os termos de uso da YZY, com sua renúncia a ações coletivas e exigência de pagamento de custos legais, são particularmente alarmantes. Essa estrutura legal pode ser vista como uma tentativa de blindar os criadores de responsabilidades, um sinal comum em projetos duvidosos.
Para os investidores, a lição é clara: antes de entrar em qualquer projeto cripto, é essencial ler os termos de serviço, pesquisar a equipe por trás da moeda e estar ciente dos riscos de volatilidade.
O futuro da YZY
Com o volume de negociação ainda significativo, a YZY continua a atrair atenção. No entanto, seu futuro permanece incerto. Se as acusações de golpe forem confirmadas, o projeto pode enfrentar ações regulatórias ou perda total de credibilidade.
Por outro lado, se Kanye West ou os criadores da moeda fornecerem transparência e um plano sólido, a YZY poderia recuperar alguma confiança. No entanto, dado o histórico de memecoins e a falta de resposta oficial até agora, o ceticismo prevalece.
Analistas sugerem que o mercado cripto precisa de maior supervisão para proteger investidores de esquemas como esse. Enquanto reguladores globais debatem como abordar as criptomoedas, casos como o da YZY destacam a urgência de medidas que equilibrem inovação com proteção ao consumidor.
É preciso escolher memecoins certas
A controvérsia em torno da memecoin YZY é mais um capítulo na saga das memecoins, Afinal, seu potencial de lucro rápido frequentemente esconde armadilhas para os desavisados.
Os termos de uso restritivos e o padrão de preço da moeda levantam sérias dúvidas sobre sua legitimidade, enquanto a falta de comentários de Kanye West deixa um vácuo de informação. Para os fãs e investidores, a recomendação é clara: cautela é a palavra de ordem.
À medida que o caso se desenrola, o mundo observa para ver se a YZY será apenas mais uma vítima da volatilidade cripto ou um exemplo de como a fama pode ser explorada em nome do lucro.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Marta Barbosa Stephens é escritora e jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco, com mestrado na PUC São Paulo e pós-graduação em edição na Universidade de Barcelona.
Trabalhou em diversas redações de jornais e revistas no Brasil. Foi repórter de economia no Jornal da Tarde, do grupo O Estado de São Paulo e editora-adjunta de finanças pessoais na revista IstoÉ Dinheiro. Atuou no mercado de edição de livros de finanças em São Paulo e foi, por seis anos, redatora-chefe da revista Prazeres da Mesa (https://www.prazeresdamesa.com.br/), antes de se mudar para Inglaterra.
No Reino Unido, foi editora do jornal Notícias em Português, voltado à comunidade lusófona na Inglaterra.
Escreve e edita sobre o mercado de criptomoedas e tecnologia blockchain desde 2022.
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