A Strategy (ex-MicroStrategy) transferiu mais 58.390 BTC para a custódia da Fidelity.
Dados da Arkham indicam que 92% das reservas da empresa já foram mapeadas on-chain.
A mudança fortalece a diversificação de custódia da empresa e pode indicar uma preparação para novos movimentos corporativos.
O fluxo reforça a importância da infraestrutura institucional no ecossistema Bitcoin.
A Strategy, atualmente a maior detentora corporativa de Bitcoin no mundo, transferiu 58.390 BTC para a Fidelity Custody na quarta-feira (26/11). A informação foi divulgada pelo Coin Bureau, citando dados da Arkham Intelligence.
A movimentação adiciona uma nova camada ao debate sobre a estratégia de custódia da empresa e seu posicionamento como entidade quase-soberana no ecossistema Bitcoin.
A Arkham rastreia 92% do total de reservas da companhia, que hoje somam cerca de 641.692 BTC, o equivalente a dezenas de bilhões de dólares nas cotações atuais.
Após a transferência mais recente, 165.709 BTC aparecem sob a estrutura de custódia da Fidelity, uma das instituições financeiras tradicionais mais agressivas na expansão para serviços de ativos digitais.
Strategy institucionaliza custódia
O dado confirma que uma parcela crescente dos bitcoins da empresa migra para arranjos de custódia institucional, com padrões de compliance e governança comparáveis aos de mercados tradicionais.
A decisão de ampliar a relação com a Fidelity marca mais um capítulo na evolução operacional da Strategy desde sua reestruturação interna em 2025.
A empresa, ao longo dos últimos anos, reforçou seu posicionamento como veículo corporativo de acumulação de Bitcoin. No entanto, vinha testando diferentes modelos de custódia, com estruturas híbridas entre cold storage independente, custódia institucional e mecanismos internos consolidando múltiplas assinaturas.
O passo atual sugere maior confiança na solidez da Fidelity como parceira de longo prazo, especialmente após os avanços regulatórios que permitiram a plena atuação de grandes instituições financeiras no segmento de ativos digitais, que inclui desde o Bitcoin até novas criptomoedas.
O que isso significa na prática?
Especialistas observam que a migração de parte significativa da reserva de BTC para a Fidelity pode indicar dois cenários.
O primeiro é o fortalecimento da infraestrutura operacional da empresa. A adoção de modelos tradicionais de custódia que atendam a requisitos institucionais mais rígidos pode ser essencial. Afinal, a Strategy pode buscar a emissão de novos produtos financeiros com lastro em seus bitcoins, como dívidas conversíveis, notas estruturadas ou até ETFs corporativos.
O segundo é a preparação para uma eventual reestruturação interna de seu portfólio. Seja para proteção regulatória, seja para garantir segregação patrimonial em novos braços da companhia.
A Fidelity, por outro lado, se firma como uma das instituições mais relevantes do setor. A empresa foi uma das primeiras gigantes de Wall Street a adotar uma postura pró-Bitcoin, oferecendo soluções de custódia ainda em 2019.
Desde então, expandiu seu portfólio para ETFs, gestão de fundos e serviços de custódia regulada de alta escala. Receber parte do maior tesouro corporativo de BTC do planeta reforça o papel central da instituição na infraestrutura de ativos digitais dos EUA.
Transparência on-chain
A movimentação também alimenta discussões no mercado sobre transparência e monitoramento on-chain. A Arkham, que se tornou referência global em identificação e rastreamento de grandes entidades no ecossistema Web3, aponta que 92% do total de BTC da Strategy já foram mapeados.
Isso permite que analistas acompanhem, em tempo real, fluxos relevantes e eventuais mudanças de estratégia da companhia — algo que seria impossível em mercados tradicionais.
O gráfico compartilhado na publicação ilustra a complexidade e a escala das movimentações associadas a uma organização que, de forma prática, opera como uma ‘baleia institucional’ em nível nunca antes visto.
No curto prazo, o impacto da transferência sobre o preço do Bitcoin é limitado, já que o movimento representa apenas uma realocação interna.
No entanto, para o ecossistema institucional, o sinal é claro. Empresas com exposição bilionária ao BTC estão reforçando arranjos de custódia robustos, auditáveis e regulamentados.
Esse tipo de migração reduz riscos operacionais, fortalece a confiança dos investidores e prepara o terreno para um mercado cada vez mais integrado ao sistema financeiro global.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Leonardo Cavalcanti é jornalista especializado em criptomoedas, blockchain e finanças digitais. Além de tocar projetos próprios como o podcast BlockHistory. Também trabalha em desenvolvimento de negócios no ecossistema cripto como parceiro comercial Azify, com foco em parcerias estratégicas, tokenização e soluções de infraestrutura financeira.
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