Haddad defende alta de imposto sobre criptos e cita distorções

Durante audiência no Senado, ele destacou que a medida estabelece tratamento mais uniforme entre diferentes investimentos.

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Atualizado em 2 mins read
Haddad defende alta de imposto sobre criptos e cita distorções

Resumo da notícia

  • MP 1.303/2025 fixa alíquota de 17,5% para criptoativos e aplicações financeiras.
  • Governo quer equilibrar tributação entre diferentes produtos do mercado.
  • Investidores menores de cripto pagarão mais, enquanto grandes podem pagar menos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (12/8) que a elevação das alíquotas sobre aplicações financeiras, prevista na MP 1.303/2025, busca corrigir distorções no mercado.  A mudança também levou a uma padronização do imposto sobre criptomoedas.

Durante audiência no Senado, Haddad destacou que a medida estabelece tratamento mais uniforme entre diferentes investimentos.

Mudança afeta criptos e títulos isentos

Antes da MP, quem movimentava menos de R$ 35 mil por mês em criptomoedas era isento de imposto. Além disso, havia alíquotas progressivas para volumes maiores, chegando a 22% em operações acima de R$ 30 milhões.

No entanto, agora, todos os ganhos terão incidência de 17,5% em imposto sobre criptomoedas, independentemente do valor. Isso se aplica tanto ao Bitcoin quanto a outras altcoins populares, além de novas criptomoedas.

Já os títulos de crédito agrícola e imobiliário, antes totalmente isentos, passam a pagar 5%. Segundo Haddad, esses papéis somam R$ 1,7 trilhão e competiam de forma desigual com títulos do Tesouro, que sempre foram tributados entre 15% e 22,25%.

Alta do imposto sobre criptomoedas traz impacto para investidores

A nova regra muda a dinâmica de cobrança. Afinal, investidores menores, antes isentos, passam a pagar imposto sobre criptomoedas. Já quem operava nas faixas mais altas de tributação poderá ter carga reduzida.

Aliás, a MP amplia o alcance da Receita Federal, incluindo ativos mantidos em autocustódia e aplicações no exterior. A apuração será trimestral, com possibilidade de compensar perdas dos cinco trimestres anteriores — regra que ficará mais rígida a partir de 2026.

Haddad argumentou que a alteração não deve desestimular investimentos, já que os títulos ainda terão vantagens competitivas:

O objetivo aqui não é inibir, mas corrigir distorções.

Além disso, ele ressaltou que até o Tesouro Nacional vinha enfrentando dificuldade para vender seus papéis devido à concorrência dos isentos. Por fim, o ministro destacou que a MP é fundamental para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.