Sentimento de liquidez e ‘risk on’ impulsionam Bitcoin acima de US$ 115.000

Cenário de liquidez global favorável reacende o apetite por risco e reforça a tese de uma nova altseason.

Leonardo Cavalcanti By Leonardo Cavalcanti Flavio Aguilar Edited by Flavio Aguilar Atualizado em 5 mins read
Sentimento de liquidez e ‘risk on’ impulsionam Bitcoin acima de US$ 115.000

Resumo da notícia

  • O Bitcoin valorizou cerca de 5% no fim de semana, sendo cotado próximo de US$ 115.000 na segunda-feira (27/10).
  • O m ercado reage a sinais de fim do aperto quantitativo (QT), corte de juros e injeção de US$ 1,5 trilhão em liquidez global.
  • Expectativas de um acordo comercial entre EUA e China reduziram a aversão ao risco e impulsionaram bolsas asiáticas e ativos digitais.
  • André Franco, CEO da Boost Research, afirma que o ambiente de liquidez e dólar mais fraco favorecem o apetite por ativos de risco, com BTC mirando US$ 118.000–119.000, desde que o otimismo se mantenha.

O Bitcoin vem reagindo com força nos últimos dias, refletindo um conjunto de fatores macroeconômicos e geopolíticos que reforçam o apetite por ativos de risco. Segundo analistas, a expectativa é de alta.

Entre os gatilhos que apontaram estão o fim do programa de aperto monetário e do corte da taxa de juros nos EUA, a impressão de 1,5 trilhão de dólares em liquidez, um possível acordo entre os Estados Unidos e a China, além dos resultados de empresas como Apple e Amazon.

O CEO da Boost Research, André Franco, reforça essa leitura ao indicar que o avanço da moeda digital está sendo impulsionado por um ambiente de liquidez crescente, aliado ao otimismo quanto a um acordo comercial entre EUA e China.

Franco diz que os mercados asiáticos iniciaram a semana com forte alta, refletindo o avanço nas negociações entre os dois países, o que favorece o Bitcoin. O ativo, conforme seu comentário, estaria cotado próximo a US$ 115.000 e poderia ‘buscar’ a faixa de US$ 118.000-119.000 caso o otimismo seja confirmado. No entanto, em sentido contrário, se houver decepção ou revés no dólar, o suporte entre US$ 112.000 e US$ 110.000 entra em foco.

Fatores que embasam o movimento

O ambiente internacional ganhou um tom mais positivo com as conversas entre os Estados Unidos e a China. Houve relatos de avanços no diálogo comercial que diminuíram o receio de novos choques tarifários ou restrições à cadeia global de suprimentos.

O preço do cobre já atingiu patamares próximos ao recorde como reflexo desse otimismo.

No mercado cripto, esse tipo de melhoria de sentimento costuma gerar fluxo para as criptomoedas mais promissoras, e o Bitcoin parece estar colhendo esse benefício.

Segundo o relatório da Blockhead, o ativo ‘rompeu acima de US$ 115.000’ e impulsionou também altcoins, sugerindo que o ‘market risk-on’ está ativo.

Liquidez e política monetária

Outro componente citado no print e reforçado por Franco é o fim iminente do aperto monetário e o estímulo de liquidez global.

Há a expectativa de que os bancos centrais, especialmente o Federal Reserve (Fed), dos EUA, possam relaxar a política monetária ou facilitar o ambiente de crédito. Então, isso favoreceria a acumulação de ativos de risco, e o Bitcoin aparece como um dos principais candidatos nesse momento.

Além disso, analistas técnicos apontam que o Bitcoin superou níveis psicológicos e técnicos importantes. Conforme estudo, o preço rompeu a faixa de US$ 112.000-US$ 113.000 e abriu caminho para testar US$ 120.000 ou mais, se a tendência se mantiver.

Com base no comentário de Franco e nas evidências de mercado, podem ser delineados dois cenários principais para o curto prazo.

Se o acordo EUA-China avançar e o ambiente de liquidez continuar a melhorar, o Bitcoin pode testar a faixa de US$ 118.000-119.000 conforme indicado por Franco. Aliás, a combinação de ‘risk-on’, dólar potencialmente mais fraco e maior apetite por criptoativos contribuiria para essa trajetória.

Por outro lado, se houver retrocesso nas negociações comerciais, se os dados de inflação surpreenderem para cima ou se o dólar ganhar força, o Bitcoin pode recuar para a zona de suporte entre US$ 112.000 e US$ 110.000. Portanto, o nível de US$ 110.000 aparece como ‘magnet’ ou referência técnica de atenção.

Relevância para o mercado de altcoins

Embora o foco central esteja no Bitcoin, o ambiente de liquidez e sentimento favorável tende a repercutir também no universo de altcoins (criptomoedas alternativas).

Analistas já acreditam que a maior temporada de altcoins está próxima, refletindo a crença de que, com o Bitcoin em movimento ascendente, os fluxos de capital podem migrar ou ‘transbordar’ para altcoins antecipadamente.

Apesar do cenário promissor, há fatores que merecem atenção e que podem limitar ou reverter o impulso.

Entre elas, a volatilidade elevada. Ou seja, o mercado de cripto já foi alvo de grandes correções recentes, e rupturas técnicas podem gerar saída de fluxo rápido, sobretudo se os ‘gatilhos’ macro não se concretizarem.

Semana otimista para o Bitcoin

O cenário para o Bitcoin nesta semana aponta para um movimento com viés de alta, ancorado no sentimento favorável em torno de um possível avanço no acordo comercial entre Estados Unidos e China. Também há expectativas de liquidez mundial mais elevada e entrada em modo ‘risk-on’.

O comentário de André Franco sintetiza bem o momento. O ativo pode tentar romper para US$ 118.000-119.000 se o otimismo for confirmado. Mas rejeições ou choques podem levar o preço a testar suporte em US$ 112.000-110.000.

Para o investidor em criptomoedas e para o mercado em geral, a chave está em acompanhar as variáveis macro (eventos de política monetária, dólar, inflação…), confirmar se os acordos geopolíticos se efetivam e avaliar a reação do mercado técnico.

A narrativa de ‘altseason’ pode ganhar corpo, mas somente se o Bitcoin consolidar este novo ciclo de alta. Até lá, o mercado segue monitorando com atenção os desdobramentos da semana.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

Notícias de Criptomoedas
Leonardo Cavalcanti

Leonardo Cavalcanti é jornalista especializado em criptomoedas, blockchain e finanças digitais. Além de tocar projetos próprios como o podcast BlockHistory. Também trabalha em desenvolvimento de negócios no ecossistema cripto como parceiro comercial Azify, com foco em parcerias estratégicas, tokenização e soluções de infraestrutura financeira.

Bitcoin pode chegar a US$ 1 milhão, diz executivo do Méliuz

Diego Kolling citou o episódio do ‘fork’ de 2017 como um exemplo da força desse modelo.

Flavio Aguilar By Flavio Aguilar Atualizado em 4 mins read
Bitcoin pode chegar a US$ 1 milhão, diz executivo do Méliuz

Resumo da notícia

  • Diego Kolling, head da estratégia Bitcoin do Méliuz, defende que o Bitcoin pode atingir US$ 1 milhão.
  • Ele afirma que a criptomoeda é uma resposta à fragilidade do sistema monetário atual.
  • Adoção institucional e avanço da Lightning Network reforçam a visão otimista.

Durante o evento ‘Crypto: Day Experts’, realizado em São Paulo, o head da estratégia Bitcoin do Méliuz, Diego Kolling, afirmou que o Bitcoin reúne os atributos necessários para alcançar US$ 1 milhão. Segundo ele, a criptomoeda representa uma alternativa sólida diante da ‘doença’ do dinheiro tradicional.

Kolling argumenta que as políticas de expansão fiscal e monetária, somadas à perda de poder de compra das moedas fiduciárias, revelam a fragilidade do sistema atual.

Além disso, o executivo destacou que o ciclo atual de valorização do Bitcoin ainda está longe de terminar. Baseado em superciclos históricos, ele estima que os chamados ‘verões cripto’ durem cerca de 1.200 dias. O ciclo em andamento teria atingido 800 dias até agora, o que indicaria mais espaço para crescimento.

Liquidez global e fundamentos de governança

Kolling lembra que todos os bull markets anteriores ocorreram em períodos de liquidez elevada e juros baixos nos Estados Unidos.

No entanto, ele ressalta que o atual afrouxamento monetário ainda está no início, enquanto o Bitcoin já atingiu novas máximas históricas. Aliás, algumas das melhores altcoins, como Ethereum e Solana, também vêm batendo recordes.

Além disso, o executivo destacou a governança descentralizada da rede, comparando-a a um sistema político equilibrado. De acordo com ele:

Os mineradores são o Executivo, que executam e registram as transações; os desenvolvedores são o Legislativo, que definem as regras; e os nós da rede são o Judiciário, que fiscalizam a execução.

Aliás, Kolling citou o episódio do ‘fork’ de 2017 como um exemplo da força desse modelo. Afinal, mesmo com 95% dos mineradores favoráveis a aumentar o tamanho dos blocos, os validadores impediram a mudança, demonstrando o equilíbrio de poder dentro da rede.

Adoção institucional ainda está no início

Por outro lado, a visão otimista do executivo também se apoia na crescente adoção institucional. Ele destacou que, pela primeira vez, grandes empresas e investidores participam do mercado por meio de produtos regulados e tesourarias expostas ao Bitcoin:

“Hoje, BlackRock, JP Morgan e outras empresas de peso têm iniciativas envolvendo ativos digitais. Mesmo assim, apenas 0,006% da alocação institucional global está em Bitcoin. O espaço para crescimento é gigantesco.

Recentemente, o JP Morgan passou a aceitar Bitcoin como colateral em operações de crédito. Ou seja, a visão do executivo se mostra alinhada com eventos recentes do mercado.

Kolling também lembrou que a distribuição do Bitcoin ainda é concentrada em poucos indivíduos:

Cerca de 50% dos bitcoins em circulação foram emitidos nos primeiros quatro anos da rede.

Potencial de valorização e uso prático

Na opinião do executivo, o Bitcoin ainda está em uma fase inicial de adoção. Afinal, apenas 4% da população mundial possui a criptomoeda, cuja capitalização de mercado é de aproximadamente US$ 2 trilhões. Por outro lado, segundo Kolling:

O mundo concentra US$ 900 trilhões em ativos, sendo US$ 330 trilhões em imóveis e US$ 300 trilhões em renda fixa.

Então, ele defende que a valorização de ativos como imóveis reflete a busca por proteção contra a inflação. Mas, na sua visão, apenas o Bitcoin, com oferta limitada e transparência programada, poderia cumprir esse papel de forma sustentável, apesar da volatilidade.

Lightning Network amplia usabilidade do Bitcoin

Kolling destacou o avanço da Lightning Network, solução de segunda camada que permite transações instantâneas e de baixo custo:

A Lightning muda isso ao permitir transferências quase instantâneas com privacidade e custo reduzido.

Segundo ele, a rede já movimenta cerca de US$ 300 milhões por mês.

Por fim, Kolling classificou a Lightning como ‘e-commerce em Bitcoin’. Afinal, ela viabiliza pagamentos rápidos e eficientes, resolvendo um dos principais desafios históricos da criptomoeda.

Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.

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Flavio Aguilar

Flavio Aguilar é jornalista e economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua há mais de 15 anos como repórter e editor em jornais e portais de notícias no Brasil. No momento, está cursando o mestrado em estudos literários da Universidade do Porto.