Segundo o cofundador da Fundstrat e chairman da BitMine, a combinação entre adoção institucional, expansão das soluções de camada 2 e avanços regulatórios pode impulsionar a segunda maior criptomoeda a novos patamares históricos.
Tom Lee prevê o Ethereum (ETH) em até US$ 15.000 até dezembro de 2025, com base em fundamentos institucionais e técnicos.
A estimativa considera o crescimento das redes de camada 2, o aumento do staking e a expansão da tokenização de ativos.
Analistas alertam que saídas em ETFs e volatilidade global podem limitar a força do rali no curto prazo.
No Brasil, o otimismo com o ETH pode impulsionar ETFs locais e estimular discussões regulatórias sobre ativos digitais.
O estrondo foi feito. O analista Tom Lee, cofundador da Fundstrat e chairman da BitMine, projetou que o Ethereum pode alcançar entre US$ 12.000 e US$ 15.000 até o final de 2025, mesmo após correções recentes do mercado.
A previsão acende debates acalorados entre bulls e críticos, e chega em um momento em que a criptomoeda vive nova fase de atenção institucional e impulso regulatório. No momento da redação deste artigo, um ETH vale US$ 4.683,55.
Visão de Tom Lee: fundamentos, ritmo e ‘super ciclo’
Lee baseia sua projeção em três pilares: adoção institucional crescente das melhores criptomoedas, evolução da infraestrutura de Ethereum (especialmente nas camadas 2) e melhorias regulatórias que favorecem ativos tokenizados.
Para ele, Ethereum se projeta como uma ‘chain verdadeiramente neutra’. Isto é, uma infraestrutura blockchain que pode ganhar preferência de Wall Street exatamente por essa neutralidade.
Segundo Lee, parte da estrutura da alta viria de medidas como o staking (redução do suprimento circulante) juntamente com a queima de taxas e demanda institucional por reserva. Ele também acredita que a ‘descoberta real de preço’ para ETH se dará entre US$ 12 mil e US$ 15 mil até o fim de 2025.
Essa visão ousada não é inédita. Em publicações recentes, Lee já vem defendendo que Ethereum faria parte de um ciclo mais amplo. Ou seja, o ‘super cycle’, que poderia se estender por uma década ou mais.
O que o mercado observa (e pondera)
A despeito desse viés otimista, há cautela no mercado. Em primeiro lugar, Ethereum ainda convive com alta volatilidade e correções ainda latentes. Projeções tão elevadas dependem de continuidade no fluxo comprador e de estabilidade macroeconômica.
Além disso, embora a infraestrutura de Layer 2 esteja avançando com protocolos como Arbitrum, Optimism e Base ganhando adesão, ainda há desafios de escalabilidade, taxas e competição de cadeias rivais mais ágeis.
Também pesa contra a narrativa otimista o fato de que os ETFs de Ethereum têm enfrentado saídas de capital em alguns períodos recentes, o que pode frear o ímpeto institucional no curtíssimo prazo.
Em paralelo, críticos argumentam que o uso crescente de stablecoins, tokenização e ativos do mundo real (RWA) no Ethereum não necessariamente se traduz em aumento proporcional nas taxas cobradas pela rede. O consenso de volume não garante coleção de taxas proporcionais.
O analista Andrew Kang, por exemplo, já questionou essa hipótese, dizendo que Lee estaria exagerando ao comparar Ethereum a ‘óleo digital’ (asset que gera receita).
Kang aponta que, embora o uso de stablecoins e tokenização cresça, muitos deles geram pouco em receitas de taxas por transação.
Cenário técnico e alicerces para o salto
Do lado dos gráficos e da análise técnica, alguns indicadores tendem a corroborar a narrativa de Lee. Segundo analistas, ETH já rompeu resistências estruturais e forma bases de acumulação que precedem grandes saltos.
Múltiplos estudos traçam paralelos entre a alta do Ethereum e padrões similares observados em commodities históricas, particularmente ouro. Ou seja, a sugestão é de que o ETH pode estar espelhando movimentos de ativos percebidos como refúgio.
Outra evidência vem da crescente correlação entre ETH e ativos como ouro e ativos tangíveis. Dessa maneira, a tese reforça a narrativa de ETH como reserva de valor e ativo base para finanças tokenizadas.
Implicações para investidores brasileiros
Para investidores no Brasil, o cenário projetado por Lee representa uma janela de oportunidade. Especialmente para aqueles que já estão expostos a ETH ou consideram ingressar.
Se o patamar entre US$ 12 mil e US$ 15 mil vier a se concretizar, o retorno será exponencial. Mas o risco é alto: quedas, regulatórias e desalinhamentos macro podem inverter o panorama.
No Brasil, onde o mercado cripto já é relativamente desenvolvido, a expectativa é que atrair investidores institucionais para ETFs ETH ou produtos financeiros relacionados ganhe força. Especialmente se previsões agressivas como essa se tornarem manchetes globais.
Isso pode também pressionar reguladores locais a acelerar frameworks regulatórios para ativos tokenizados.
No universo de criptomoedas brasileiros, tokens vinculados ao ETH ou projetos DeFi baseados em Ethereum poderiam se beneficiar com maior visibilidade e fluxo de capital estrangeiro seguindo o hype ETH.
Onde o otimismo encontra a regulação
Lee coloca a regulação como um dos vetores que permitiriam a escalada de ETH. No contexto dos EUA, leis como o ‘GENIUS Act’ e discussões sobre clareza regulatória para cripto são frequentemente apontadas como alavancas para adoção institucional mais segura.
Se políticas mais favoráveis forem aprovadas, ETFs Ethereum robustos e maiores exposições institucionais poderiam emergir. Por outro lado, recuos regulatórios ou pressão de órgãos como a SEC e outras entidades podem frear o entusiasmo.
Esse equilíbrio entre impulso regulatório e cautela será decisivo nos próximos meses.
Se tudo sair conforme o plano de Lee, ETH poderia subir fortemente para US$ 15.000 até dezembro de 2025, ainda que o volume de capital e a força institucional precisem sustentar o movimento.
Por outro lado, no cenário mais conservador, ETH poderia evoluir para faixas entre US$ 7.000 a US$ 12.000. Este cenário aconteceria com inflows moderados, ou até sofram correções se a macroeconomia pesar.
Quando e por que veremos o salto do ETH?
Uma variante extrema que alguns artigos mencionam é ETH atingindo até US$ 30.000 ainda em 2025. Algo que é visto como bastante agressivo e especulativo por parte do mercado.
Portanto, a projeção de Tom Lee de que Ethereum pode alcançar entre US$ 12.000 e US$ 15.000 até o fim de 2025 domina o cripto twitter. É uma visão otimista, embasada em fundamentos técnicos e institucionais, mas não isenta de riscos.
Analistas e investidores agora observam de perto o fluxo institucional, a evolução das redes Layer 2 e decisões regulatórias que podem viabilizar ou frear esse salto.
Para o Brasil, essa previsão traz estímulo à estratégia local de adoção de produtos ETH e à pressão por regulações mais claras. Se Lee estiver certo ou não, a discussão já estabelece ETH ainda mais forte como protagonista do próximo capítulo cripto.
Disclaimer: Coinspeaker está comprometido em fornecer reportagens imparciais e transparentes. Este artigo tem como objetivo fornecer informações precisas e oportunas. Mas não deve ser considerado como conselho financeiro ou de investimento. Como as condições do mercado podem mudar rapidamente, recomendamos que você verifique as informações por conta própria. E consulte um profissional antes de tomar qualquer decisão com base neste conteúdo.
Leonardo Cavalcanti é jornalista especializado em criptomoedas, blockchain e finanças digitais. Além de tocar projetos próprios como o podcast BlockHistory. Também trabalha em desenvolvimento de negócios no ecossistema cripto como parceiro comercial Azify, com foco em parcerias estratégicas, tokenização e soluções de infraestrutura financeira.
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